Meteorito da Costa Rica pode conter elementos necessários à vida

Por Reinaldo Alexander Franco Zaruvni

25/08/2020 - 00:002 min de leitura

Meteorito da Costa Rica pode conter elementos necessários à vida

Fonte :  Reprodução 

Imagem de Meteorito da Costa Rica pode conter elementos necessários à vida no tecmundo

Em 23 de abril de 2019, na Costa Rica, foi descoberto um meteorito colorido que, desde então, tem sido analisado por especialistas. A rocha original se fragmentou antes de chegar ao solo, e residentes encontraram seus pedaços espalhados por duas aldeias, La Palmera e Aguas Zarcas. O principal diferencial deles até agora é que pertencem a uma classe rara de condritos carbonáceos, originados, supõe-se, nas primeiras horas de vida do Sistema Solar. 

Entretanto, cientistas revelaram haver algo a mais: uma das amostras contém compostos de carbono complexos, e não se descarta a presença de aminoácidos – que se unem para formar proteínas, DNA e talvez outros blocos necessários à construção da vida.

Ao contrário de outros exemplares, esse permaneceu intacto, sendo que suas únicas mudanças ocorreram devido à ação da luz solar. Isso teria estimulado a criação de compostos químicos.

Um exemplo foi outro meteoro que explodiu em 1969 sobre Murchison, na Austrália, que tinha características semelhantes. Os aminoácidos dele, comentou Joshua Sokol para a revista Science, auxiliaram a disseminar a ideia de que viemos do espaço. O fragmento de Aguas Zarcas, complementou o jornalista, corrobora a hipótese.

Compostos de carbono complexos foram encontrados em exemplar espacial.Compostos de carbono complexos foram encontrados em exemplar espacial.

Avanços tecnológicos

De acordo com Sokol, os estudos relacionados ao exemplar não foram finalizados, mas pesquisadores estão animados com a possibilidade de utilizar técnicas avançadas disponíveis hoje em dia. A expectativa é que sejam encontradas inclusive proteínas, além de aminoácidos, o que seria "um passo e tanto" para entendermos como a vida surgiu.

Mesmo que tais substâncias estivessem presentes no meteoro de Murchison, décadas se passaram, e a atmosfera terrestre as teria destruído sem a tecnologia apropriada de análise. Ainda assim, se esses elementos forem encontrados agora, é bem provável que o visitante mais antigo também os carregasse.

Infelizmente, existe a possibilidade de que ele tenha sido contaminado pelo ambiente em que pousou, a floresta tropical da Costa Rica. De qualquer modo, novidades podem estar a caminho sem qualquer interferência, com missões dedicadas à coleta de rochas em seu "ambiente natural". 

Veja também


Fontes