NASA: cientistas tentam explicar o mistério do metano em Marte

Por JORGE MARIN

05/07/2021 - 14:302 min de leitura

NASA: cientistas tentam explicar o mistério do metano em Marte

Fonte :  NASA 

Imagem de NASA: cientistas tentam explicar o mistério do metano em Marte no tecmundo

Mesmo vendo imagens em alta definição do planeta Marte, remetidas pelo rover Perseverance desde fevereiro, algumas coisas ainda permanecem obscuras no planeta vermelho. Um desses mistérios é o motivo da existência de gás metano lá. Porém, antes dos cientistas se debruçarem sobre o problema, há mais um outro: por que alguns instrumentos "enxergam" o CH4 e outros não?

Aqui na Terra, quando queremos observar a produção de metano, basta ir a algum lugar que tenha gado. O gás é produto de micróbios que auxiliam diversos tipos de ruminantes a digerir as plantas. Chamado de metano entérico, cerca de 90% do gás produzido no sistema digestivo animal é expelido pela boca e pelas narinas, através da eructações.

Como não existe nenhum boi arrotando em Marte, a detecção de metano no planeta torna-se fascinante, pois isso significa que os micróbios que o produzem estiveram ou ainda estão vivendo lá. Naturalmente, isso não é uma certeza científica, pois processos geológicos, que envolvem interação de rochas, água e calor, também podem produzir o metano.

Tentando achar o metano em Marte para explicá-lo

Fonte: NASA/DivulgaçãoFonte: NASA/Divulgação

Antes que os cientistas consigam determinar a fonte desse metano misterioso, há outra pergunta a ser respondida: que metano? É que o rover Curiosity detectou a presença de metano várias vezes, acima da superfície da cratera Gale. Mas a sonda europeia ExoMars Trace Gas Orbiter não detectou nenhum traço do gás na atmosfera do planeta.

A precisão dos instrumentos utilizados está acima de qualquer suspeita. O espectrômetro de laser ajustável (TLS) do Curiosity é capaz de rastrear níveis microscópicos de oxigênio em trajes de astronautas. Já o ExoMars é considerado "padrão ouro" na medição tanto de metano como de qualquer tipo de gás no planeta.

Uma das teorias para a discrepância é que o TLS do Curiosity, que detecta o metano, só funciona à noite, quando a atmosfera do planeta está mais calma. Mas a detecção de gás do orbitador ExoMars só funciona com luz solar, cerca de cinco quilômetros acima da superfície, quando os níveis ínfimos de metano poderiam estar diluídos a níveis indetectáveis.


Por JORGE MARIN

Especialista em Redator


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