Rússia recua e pode continuar na Estação Espacial Internacional

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

05/10/2022 - 12:302 min de leitura

Rússia recua e pode continuar na Estação Espacial Internacional

Fonte :  Nasa 

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A Rússia voltou atrás em seus planos de missões espaciais e agora cogita continuar parte da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla original em inglês) para além do último prazo estabelecido pelo país.

De acordo com o diretor executivo da agência espacial russa Roscosmos, Sergey Krikalev, a nação agora discute formas de expandir a participação do governo na estação e garantir a permissão de permanência para além do ano de 2024, sem uma data precisa para terminar.

A Terra vista da ISS.A Terra vista da ISS.

A decisão oficial do governo deve ser tomada somente no ano que vem, mas as chances de negociações de fato acontecerem aumentaram após as declarações do executivo e de mais uma missão compartilhada e bem sucedida nesta quarta-feira (5). 

A data marcou o lançamento de uma espaçonave Crew Dragon, da empresa privada norte-americana SpaceX, levando a cosmonauta Anna Kikina em uma parceria de compartilhamento de voos já de longa data e recém renovada entre a Roscosmos com a agência espacial dos Estados Unidos, a NASA.

Estação própria

Originalmente, a Rússia deixaria a aliança de países que fazem a manutenção e participam de missões a bordo da ISS daqui a dois anos — muito possivelmente para construir uma estação espacial própria e individual.

Entretanto, os planos ainda não foram tirados do papel: a construção de uma estação do zero e o seu lançamento ao espaço muito possivelmente não devem acontecer antes de 2025, extrapolando o prazo anteriormente citado pelos russos. 

A ideia, segundo Krikalev, é refinar os processos e garantir que o programa espacial fique mais robusto e confiável — mas sem abandonar os projetos em andamento, para não deixar o país sem qualquer tipo de presença no espaço.

Desse modo, é possível que o país continue no acordo até que os módulos estejam em órbita.

Crise e tensão

A Rússia decidiu abandonar a Estação Espacial Internacional em julho, mas os planos de "carreira solo" do país como parte de uma política isolacionista já eram especulados há alguns anos.

A invasão da Ucrânia iniciada pelo presidente Vladimir Putin em fevereiro de 2022, porém, complicou ainda mais o cenário diplomático e espacial. Ao menos por enquanto, a Rússia ainda não sofreu sanções no campo de exploração espacial e continua operando com parcerias no setor — diferente do que já ocorreu em outros campos comerciais e até na tecnologia.

Por outro lado, o país continua participando de missões e até enviando novos módulos normalmente para o local. A ISS vê como essencial a participação do país na manutenção do módulo, que deve continuar operando pelo menos até 2030.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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