Impacto que matou os dinossauros desencadeou “mega-terremoto”

Por Jennifer Mariane Galdino de Queiroga Egues

10/10/2022 - 08:002 min de leitura

Impacto que matou os dinossauros desencadeou “mega-terremoto”

Fonte : Gettyimages

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No domingo (9), uma pesquisa apresentada no evento da Sociedade de Geologia Americana, em Denver, sugere que o impacto pelo meteoro Chicxulub, que dizimou os dinossauros, tenha causado mega-terremotos e tsunamis, por dias e meses após sua queda

A queda do meteoro Chicxulub, há aproximadamente 66 milhões de anos atrás, levanta diversas teorias sobre seu papel, não apenas na extinção dos dinossauros, mas também em como afetou a Terra e suas transformações geológicas. 

As marcas de seu impacto, de dimensões catastróficas, são estudadas a partir da análise da camada sedimentar do solo, chamada de fronteira K-Pg, que é que o marco entre as eras cretácea e paleogeno, onde há abundante presença de irídio.

MeteoroSegundo a pesquisa  os abalos sísmicos  provocados pela queda do meteora foram de 10 pontos, ou mais,  na Escala Richter,  e causaram impactos por semanas ou meses após o evento.

Mas além do elemento químico, Hermann Bermúdez encontrou outros sedimentos que podem trazer nova luz aos acontecimentos após o impacto. Durante uma expedição em 2014, em Gorgonila, Colômbia, ele encontrou indícios geológicos bastante interessantes. 

Formadas a partir da pressão e da temperatura causadas pelo impacto do meteoro, minúsculas esférulas de vidro presentes na fronteira K-Pg, chamadas de "tectitas e microtectitas", foram identificadas por Bermúdez.  Além de serem encontradas na Colômbia, os achados se repetem no México, local onde reside a cicatriz do impacto na Península do Yucatán, e também nos Estados Unidos. 

Para o grupo de investigação Paleoexplorer, ligado à Universidade Estadual Montclair, Nova Jersey, as esférulas são indícios do que aconteceu durante e após o impacto, não apenas na superfície, mas também, no mar

DinossauroO meteoro Chicxulub foi o responsável pela extição dos dinossauros, há aproximadamente 66 milhões de anos atrás.

Para Hernann, as amostras de solo observadas em Gorgonila são muito ricas, pois na época do impacto, estava submersa e não sofreu com a ação dos tsunamis, mantendo "a cena" dos acontecimentos bem preservada. 

De acordo com os pesquisadores, mesmo abaixo do oceano, grandes massas de lama, sedimentos e microrganismos foram revirados pelo evento, se misturando e se agregando à fronteira K-Pg. Para os cientistas, essas novas evidências comprovam que o impacto, estimado em 1023  joules, tenha provocado abalos sísmicos de 10 pontos, ou mais,  na Escala Richter, por semanas ou meses após o evento. 

Esses mega-terremotos podem ter contribuído de forma crucial para os movimentos tectônicos, não apenas pelo abalo, mas também na formação de tsunamis, com ondas podendo chegar a centenas de metros. Mas os achados não param. A equipe também encontrou sedimentos de uma fina camada de esporos de samambaias, que eles estimam, ter sido a primeira amostra da reestruturação da natureza após o impacto.

Os pesquisadores estão animados com as descobertas, e continuarão com os estudos a fim de esclarecer mais detalhes sobre a importância de Chicxulub para as mudanças ocorridas na Terra, e em como a vida se reformulou após o evento.


Estudante da área da saúde e ex-aspirante à Física.


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