Cientistas brasileiras criam xampu sustentável feito de mangabeira

Por JORGE MARIN

14/11/2022 - 07:001 min de leitura

Cientistas brasileiras criam xampu sustentável feito de mangabeira

Fonte :  Getty Images 

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Cientistas brasileiras, das universidades Federal de Tocantins (UFT), Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e Centro Universitário Luterano de Palmas (Celp/Ulbra) desenvolveram um novo tipo de xampu que promete eliminar o lauril sulfato de sódio. Esse ingrediente de limpeza, presente em boa parte dos xampus vendidos atualmente, pode ser potencialmente prejudicial ao cabelo.  

Sustentável e com propriedades antioxidantes, o novo cosmético é feito a partir do extrato da mangabeira, uma planta nativa do Brasil, comum nos estados do Tocantins, Sergipe e Piauí. Mesmo sem a adição do lauril, um limpante geralmente associado ao enfraquecimento dos fios capilares, o xampu revelou-se tão eficiente quanto sua versão comercial. 

Mangabas, frutos da mangabeiraMangabas, frutos da mangabeira

Como foi feita a fórmula do xampu de mangabeira?

Para atingir seu objetivo de desenvolver uma formulação de um xampu minimalista e sem lauril, as pesquisadoras analisaram extratos da casca, caule e folhas da planta brasileira Hancornia speciosa – a popular mangabeira. As propriedades do extrato da folha se mostraram promissoras para a produção do xampu

O passo seguinte foi criar uma fórmula, usando o método de extração Soxhlet, desenvolvida para ser simples e fácil de ser reproduzida pelas comunidades extrativistas que sobrevivem da venda sazonal da mangaba, o fruto da mangabeira. A ideia é que a venda do xampu gere mais uma fonte de receita para a comunidade e ajude aproximar os consumidores da natureza

A não produção de tanta espuma quanto os xampus industriais é um dos pontos que devem ser aprimorados em um próximo momento da pesquisa, assegura a principal autora do estudo, a pós-graduanda em Ciências do Ambiente, Juliane Farinelli Panontin, em entrevista à Agência Bori. 

ARTIGO - Brazilian Journal of Biology - DOI: 10.1590/1519-6984.264677.


Por JORGE MARIN

Especialista em Redator


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