Novo implante recupera movimentos de pessoas com paralisia

Por Lucas Vinicius Santos

15/11/2022 - 03:002 min de leitura

Novo implante recupera movimentos de pessoas com paralisia

Fonte :  Reprodução/Nature 

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Em um estudo publicado na última semana na revista científica Nature, cientistas da .NeuroRestore, na Suíça, conseguiram demonstrar a eficácia de um implante de estimulação elétrica peridural em pacientes que ficaram paralisados por lesões da medula espinhal. A estimulação foi direcionada à área responsável pelo controle do movimento das pernas, causando efeitos positivos em alguns participantes.

Ao todo, os cientistas conseguiram usar a técnica para ajudar a recuperar alguns movimentos de nove pacientes, que apresentaram funções motoras melhoradas mesmo após o fim da estimulação do implante — o tratamento causou um processo de neurorreabilitação em que as fibras nervosas usadas para caminhadas foram capazes de se reorganizar.

Segundo os cientistas, o estudo ajuda a entender melhor sobre a reorganização neuronal, que é muito importante para o desenvolvimento de melhores tratamentos para pacientes paralisados. Inclusive, os pesquisadores querem conseguir manipular esses neurônios para conseguir realizar uma regeneração da medula espinhal.

Pacientes que receberam o tratamento criado pelo grupo do .NeurorestorePacientes que receberam o tratamento criado pelo grupo do .Neurorestore

“Nosso novo estudo, no qual nove pacientes de ensaios clínicos conseguiram recuperar algum grau de função motora graças aos nossos implantes, está nos dando informações valiosas sobre o processo de reorganização dos neurônios da medula espinhal”, disse a neurocirurgiã do Hospital Universitário de Lausanne (CHUV) e professora da Escola Politécnica Federal de Lausana (EPFL), na Suíça, Jocelyne Bloch.

Recuperação da função motora

O estudo também sugere que a estimulação elétrica auxilia na ativação dos neurônios do gene Vsx2, responsáveis por auxiliar no processo de reorganização neuronal - assim, os estudiosos podem usar desse processo para ajudar na recuperação de alguns movimentos.

Ilustrações e fotografias mostrando o processo de estímulo elétrico nos pacientes; a professora Stéphanie Lacour, da EPFL, foi a responsável por ajudar na adaptação dos implantesIlustrações e fotografias mostrando o processo de estímulo elétrico nos pacientes; a professora Stéphanie Lacour, da EPFL, foi a responsável por ajudar na adaptação dos implantes

Inicialmente, os pesquisadores usaram camundongos para entender a recuperação das funções motoras com ajuda do estímulo elétrico. A partir daí, a equipe desenvolveu uma tecnologia molecular 3D da medula espinhal para realizar uma observação altamente precisa do processo de recuperação.


Por Lucas Vinicius Santos

Especialista em Redator

Lucas Guimarães escreve sobre ciência e tecnologia há mais de dez anos.


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