Imagem de Microsoft e Sony brilham nas conferências e expõem pensamentos diferentes no tecmundo

Empresas não brigam pelo primeiro lugar no pódio, mas sim por oferecer conteúdos exclusivos aos seus usuários

A <a href="https://www.voxel.com.br/eventos/e3-2016/?utm_source=games.tecmundo.com.br&amp;utm_medium=header&amp;utm_campaign=menu" target="_blank">E3 2016</a> come&ccedil;ou. Sony e Microsoft, as duas gigantes mais participativas do evento em termos de confer&ecirc;ncia e substancialidade de conte&uacute;do, mostraram garras e dentes para se destacar num mercado que, apesar de acirrado, se mostra bastante dividido &ndash; algo que ficou exposto na diferen&ccedil;a de filosofia entre as duas empresas.
&Eacute; at&eacute; poss&iacute;vel comparar as concorrentes no pensamento apol&iacute;neo-dionis&iacute;aco da mitologia grega, isto &eacute;, &ldquo;raz&atilde;o e emo&ccedil;&atilde;o&rdquo;. De um lado, temos Apolo: a raz&atilde;o, o &ldquo;p&eacute; no ch&atilde;o&rdquo;, o protocolo seguido &agrave; risca de forma competente, com ritmo bom e agrad&aacute;vel, correto. Essa &eacute; a Microsoft. Do outro lado, temos a emo&ccedil;&atilde;o, vista tamb&eacute;m como &ldquo;loucura&rdquo; (no bom sentido), a ousadia de mostrar coisas fant&aacute;sticas com orquestra ao vivo, a capacidade de envolver o espectador e toc&aacute;-lo no cora&ccedil;&atilde;o, mexendo, assim, com o emocional. Esse &eacute; o m&eacute;rito da Sony.
Cada uma tem seus pr&oacute;s e contras. O m&eacute;rito est&aacute; igual para cada lado com essa reflex&atilde;o. De um lado, temos Microsoft, que soube se modernizar e apresentou produtos promissores, a maioria com data de lan&ccedil;amento, p&eacute; no ch&atilde;o, firme, console novo, Slim, logo de cara, uma consistente linha de jogos, melhorias em servi&ccedil;os da Xbox Live, como a adi&ccedil;&atilde;o de clubes e a busca otimizada por jogadores, os controles personalizados, enfim, prato cheio para os f&atilde;s.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2016/06/14/14164622083448.jpg" />Controles personalizados pelo pr&oacute;prio jogador: liberdade
De outro lado, temos a Sony, que tratou de n&atilde;o gastar mais que 5 minutos somando a fala de TODOS os executivos. Quase ningu&eacute;m apareceu no palco para falar e, quando isso aconteceu, n&atilde;o durou mais que dois minutos. Foi um Andrew House aqui, umas palavrinhas de Kojima ali e pronto. Mas o fator tocante marcou a confer&ecirc;ncia: jogos, jogos, jogos e mais jogos. Um atr&aacute;s do outro, s&oacute; teaser na cara, promessas mirabolantes, ousadas, a maioria sem datas. J&aacute; notaram a diferen&ccedil;a? Vamos refletir um pouco mais.
<h2>Competi&ccedil;&atilde;o sadia: cada empresa segue o pr&oacute;prio caminho</h2>
Quando dizemos que a competi&ccedil;&atilde;o &eacute; &ldquo;sadia&rdquo;, &eacute; claro que nos referimos ao fato de que, bem, &oacute;bvio que uma empresa observa a outra com papel e l&aacute;pis na m&atilde;o para desviar trajet&oacute;rias, adotar estrat&eacute;gias e analisar t&aacute;ticas para avan&ccedil;ar no mercado. Quem ganha com isso somos n&oacute;s, consumidores, pois a tend&ecirc;ncia &eacute; que cada empresa se esforce muito para entregar produtos e servi&ccedil;os melhores.
No caso de Sony e Microsoft &ndash; e, na verdade, na hist&oacute;ria dos games em geral &ndash;, isso fica evidente de um jeito, digamos, &ldquo;peculiar&rdquo;. Diferentemente dos anos anteriores, quando muitos dizem que &ldquo;os executivos mudaram os slides de &uacute;ltima hora&rdquo; por causa de um an&uacute;ncio inesperado da concorrente, nesta edi&ccedil;&atilde;o o ar est&aacute; diferente. Phil Spencer, por exemplo, sempre disse que &eacute; sadio, sim, competir no mercado, mas tamb&eacute;m sempre ressaltou que deseja oferecer a melhor experi&ecirc;ncia num console &agrave; sua maneira, buscando entregar recursos &uacute;nicos para quem tem um Xbox One, independentemente do n&uacute;mero de vendas do aparelho ou da integra&ccedil;&atilde;o absoluta com o PC.
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Forza Horizon 3 BRILHA em seu an&uacute;ncio na confer&ecirc;ncia da MS! Estamos aqui no evento e ao vivo em nossos canais no YT! <a href="https://t.co/J6gJUaBxIp">pic.twitter.com/J6gJUaBxIp</a>
&mdash; Tecmundo Games (@tecmundo_games) <a href="https://twitter.com/tecmundo_games/status/742399267109634048">13 de junho de 2016</a></blockquote>
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A Sony, por sua vez, tamb&eacute;m est&aacute; despreocupada com isso. Naturalmente, ela est&aacute; numa posi&ccedil;&atilde;o confort&aacute;vel porque o seu video game nada em rios de dinheiro. E isso incomoda a Microsoft? N&atilde;o. O Xbox One est&aacute; a&iacute;, firme e forte, com mais de 20 milh&otilde;es de unidades vendidas &ndash; caramba, isso &eacute; muita coisa para sustentar uma plataforma &ndash;, com servi&ccedil;os e fun&ccedil;&otilde;es que n&atilde;o param de nascer no console. Ela tamb&eacute;m nada em rios de dinheiro com a marca Xbox. Quer agradar os donos do aparelho e pronto, sem se preocupar se est&aacute; em segundo lugar, em terceiro, em quarto. Ela est&aacute; no mercado e ponto final.
E isso, sim, ficou ainda mais evidente nas confer&ecirc;ncias. A Microsoft preferiu apostar em algo mais concreto do que ousar no abstrato, que foi a abordagem da Sony. Logo de cara, Phil Spencer mostra o Xbox S, uma vers&atilde;o Slim 40% menor que o One convencional, com suporte a v&iacute;deos em 4K e pre&ccedil;o de US$ 299, lan&ccedil;amento agendado para agosto.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2016/06/14/14165252784451.jpg" />O Xbox S ser&aacute; 40% menor, ter&aacute; suporte a v&iacute;deos em 4K e custar&aacute; US$ 299
Depois vieram os jogos, uma sequ&ecirc;ncia eletrizante embalada por Gears of War 4, Forza Horizon 3, Inside, que vem das m&atilde;os dos criadores de Limbo e j&aacute; chegar&aacute; no dia 29 deste m&ecirc;s, ReCore, o &ldquo;mindblowing&rdquo; We Happy Few, mistura de BioShock com um que de Fallout, o fren&eacute;tico Scalebound, que s&oacute; melhora a cada apresenta&ccedil;&atilde;o e est&aacute; previsto para o ano que vem (videozinho abaixo que filmamos no local), Sea of Thieves, a nova proposta da Rare, Project Scorpio, o console-foguete tamb&eacute;m previsto para o final do ano que vem... E mais.
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A MS tamb&eacute;m brilhou na confer&ecirc;ncia da E3, hein, galera. O que acharam do Scalebound? Curtimos mto e deu pra filmar: <a href="https://t.co/fVHZNDNkZz">pic.twitter.com/fVHZNDNkZz</a>
&mdash; Tecmundo Games (@tecmundo_games) <a href="https://twitter.com/tecmundo_games/status/742793913275011072">14 de junho de 2016</a></blockquote>
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Enfim, coisas boas n&atilde;o faltaram. Um ou outro sem data, mas a maioria seguindo uma agenda de divulga&ccedil;&atilde;o. O planejamento da Microsoft foi mais consistente, racional, firme. Foi &ldquo;protocolar&rdquo;, no melhor de todos os sentidos.
J&aacute; a Sony, como mencionamos, apostou na emo&ccedil;&atilde;o. Teaser na cara, teaser na cara, teaser na cara. Poucas datas: The Last Guardian, finalmente (25 de outubro deste ano), a surpresa-bomba Resident Evil 7, e bomba no sentido de apresentar um gameplay absolutamente diferente do de todos os jogos anteriores da s&eacute;rie e do que se esperava (no bom sentido, porque t&aacute; assustador mesmo), marcado para 24 de janeiro de 2017 e com demo na PSN a assinantes da Plus... E basicamente s&oacute;, salvo um ou outro vago &ldquo;em breve&rdquo; ou &ldquo;2017&rdquo;. God of War nem subt&iacute;tulo tem ainda - &eacute; o que se espera, pois ainda seria cedo para um eventual reboot da s&eacute;rie. O gameplay est&aacute; brutal, maduro e com mais c&eacute;rebro, relembre a&iacute;:
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Que tal relembrar alguns momentos do brutal novo God of War? Vimos ao vivo e foi de arrepiar. Arrepia no v&iacute;deo a&iacute;: <a href="https://t.co/LULD6PqMLb">pic.twitter.com/LULD6PqMLb</a>
&mdash; Tecmundo Games (@tecmundo_games) <a href="https://twitter.com/tecmundo_games/status/742665692848095232">14 de junho de 2016</a></blockquote>
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Quanto ao resto que tem alguma previs&atilde;o no calend&aacute;rio, ou eram jogos j&aacute; anunciados ou experi&ecirc;ncias em realidade virtual para o PlayStation VR. Detroit &eacute; a nova proposta da Quantic Dream, que assina os exclusivos Heavy Rain e Beyond: Two Souls. At&eacute; mesmo Crash, quando deu as caras, n&atilde;o foi exaaaatamente do jeito que a gente esperava &ndash; ainda assim, serviu ao prop&oacute;sito de mexer com a emo&ccedil;&atilde;o. E isso ditou o ritmo da confer&ecirc;ncia da Sony: envolvimento com os jogadores, uma baita orquestra tocando ao vivo, uma experi&ecirc;ncia audiovisual que poucos espet&aacute;culos oferecem. No entanto... poucas datas, muitas promessas.
Tem coisa ali que s&oacute; sai em 2018, 2019, isso se n&atilde;o virar projeto para o PS5. Vamos torcer para que n&atilde;o. Death Stranding, sem p&eacute; nem cabe&ccedil;a, o novo projeto do Kojima, est&aacute; embrion&aacute;rio do mesmo jeito que o P.T. era &ndash; s&oacute; que agora, naturalmente, est&aacute; nas m&atilde;os de um Kojima independente. Vamos aguardar todo esse show de emo&ccedil;&otilde;es da Sony (e botem anos a&iacute;). Days Gone, mundo aberto p&oacute;s-apocal&iacute;ptico &agrave; la The Last of Us, impressionou tamb&eacute;m. Mas est&aacute; longe de acontecer...
Enfim, h&aacute; pr&oacute;s e contras para cada lado. Microsoft, o Apolo, preferiu seguir o protocolo e entregar coisas mais concretas, enquanto a Sony, o Dion&iacute;sio, apostou na emo&ccedil;&atilde;o, no mais abstrato, com produtos que v&atilde;o demorar muito tempo para chegar &agrave;s nossas m&atilde;os, mas que causaram forte impacto sentimental nos jogadores. E olha s&oacute;: ela realmente n&atilde;o falou nada sobre o novo PS4, mesmo depois da concorrente ter apresentado dois consoles novos. Est&atilde;o vendo como ningu&eacute;m quis mudar slides?
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2016/06/14/14170011140465.jpg" />Realidade virtual foi um dos focos da confer&ecirc;ncia da Sony para a E3 2016
Cada empresa percorre seu pr&oacute;prio caminho. N&uacute;meros s&atilde;o importantes, sim, concorr&ecirc;ncia &eacute; importante, sim, mas a filosofia das duas &eacute; bem diferente. A Microsoft deve continuar oferecendo mais recursos multim&iacute;dia para uma experi&ecirc;ncia em tamanho fam&iacute;lia &ndash; sem deixar de ser hardcore &ndash;, enquanto a Sony abre m&atilde;o disso para mostrar jogos, jogos e jogos.
H&aacute; um certo ou errado nisso? Elas sabem dizer melhor do que a gente. Afinal de contas, ambas coexistem do jeito que s&atilde;o e s&oacute; se aprofundam no que fazem &ndash; sinal de que, bem, as coisas v&atilde;o bem pros dois lados, sem que precise existir uma preocupa&ccedil;&atilde;o de quem est&aacute; em primeiro, segundo, terceiro lugar. O importante &eacute; existir e trazer coisas legais para a gente. O que voc&ecirc;s acham disso? Reflitam conosco na se&ccedil;&atilde;o destinada aos coment&aacute;rios logo abaixo.
O TecMundo Games est&aacute; na E3 2016, em Los Angeles, e tamb&eacute;m tem uma for&ccedil;a-tarefa no Brasil para a cobertura completa do maior evento de games do mundo. Continuem ligados porque traremos gameplays quentinhos de muitas coisas apresentadas. N&atilde;o deixem de acessar tamb&eacute;m o nosso <a href="https://twitter.com/tecmundo_games" target="_blank">Twitter</a>, onde conseguimos postar conte&uacute;dos fresquinhos com mais rapidez.

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