'Maratonar' conteúdos sobre terrorismo gera vício e dependência, diz estudo

Por Ramalho Lima

28/04/2019 - 04:001 min de leitura

'Maratonar' conteúdos sobre terrorismo gera vício e dependência, diz estudo

Fonte : Pixabay

Imagem de "Maratonar" conteúdos sobre terrorismo gera vício e dependência, diz estudo no tecmundo

Uma equipe da Universidade da Califórnia, em Irvine, liderada pela psicóloga Rebecca Thompson, entrevistou quatro mil cidadãos americanos por quatro vezes, num período de três anos, perguntando sobre o consumo de mídia e coletando dados sobre sua saúde mental.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que acompanhar notícias sobre terrorismo doméstico pode levar as pessoas a desenvolver sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Posteriormente, estes sintomas podem fazer com que as pessoas procurem informações sobre eventos ainda mais perturbadores, entrando num ciclo do qual dificilmente conseguem sair, como num efeito dominó.

O estudo começou em 2013, logo após o atentado a bombas da Maratona de Boston. Pesquisas anteriores haviam demonstrado que as pessoas que foram expostas a seis horas de notícias diárias sobre o atentado, na semana seguinte, tiveram mais estresse do que as pessoas que o presenciaram. Mais tarde, a equipe de Thompson descobriu que, quanto mais as pessoas acompanham as informações sobre o atentado, mais perturbadas ficavam depois de seis meses, e isso gerava ainda mais aflição em relação a desgraças futuras.

Fonte: Pixabay

Thompson começou a se interessar pelos efeitos psicológicos de tragédias, mais precisamente desastres naturais, em 2011, quando ela ainda era estudante e um tornado quase atingiu seu campus. Ela disse que a necessidade de formular opiniões e explicações a respeito desses acontecimentos gera uma ânsia pela busca de informações que, quase sempre, resulta em sentimentos negativos, devido à forma angustiante e sensacionalista com a qual a mídia cobre esses eventos. Sua equipe, inclusive, está tentando comprovar se os efeitos psicológicos negativos gerados pelo terrorismo doméstico possuem os mesmos padrões dos gerados pelos desastres naturais.

O estudo de Thompson ainda pretende se aprofundar em outras questões, como qual tipo de mídia é mais prejudicial, e a forma como as notícias são apresentadas.

Por hora, a psicóloga alerta as pessoas para consumirem mídia com moderação, e sem se deixar impressionar demais.


Por Ramalho Lima

Especialista em Redator

Fã de tecnologia desde criança. Ex-early adopter (tá bom, de vez em quando ainda acontece). Curto música, Android e Linux. Um bom aspirador robô pode mudar sua vida.


Veja também


Fontes