Review: iPod Nano 7ª Geração

Por Felipe Gugelmin Valente

24/03/2016 - 10:025 min de leitura

Review: iPod Nano 7ª Geração

Fonte : Fernando Perazzoli/TecMundo

Antes de o iPhone surpreender o mundo e inaugurar de vez a era dos smartphones, a Apple havia adquirido fama por um produto um pouco mais limitado, mas não menos ambicioso. Com o iPod, a companhia conseguiu um sucesso inédito em sua história e provou ser capaz de fazer o que muitas concorrentes consideravam impossível.

Passados 15 anos desde que o primeiro modelo do reprodutor de mídias chegou ao mercado, a companhia continua apostando em novas versões para conquistar os consumidores. Entre as opções disponíveis atualmente nas lojas, a versão Nano de sétima geração se destaca pelo tamanho compacto e a velocidade de operação.

Com capacidade interna de 16 GB (14,7 GB efetivos), o dispositivo se configura como uma boa opção para quem deseja escutar músicas, podcasts e estações de rádio com comodidade. No entanto, em um mundo cada vez mais repleto de smartphones com preço (e funções) semelhantes, é difícil justificar o investimento necessário para levar o gadget para casa.

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Design

Respeitando o nome determinado pela Apple, o modelo Nano possui um tamanho bastante discreto, que se encaixa facilmente em qualquer bolso. A parte frontal é quase totalmente preenchida pela tela de 2,5 polegadas, sendo o único detalhe notável nessa área o botão Home semelhante ao usado no iPhone e em outros produtos da companhia.

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O visual geral é bastante minimalista, e os botões usados para ajustar o volume, pausar a reprodução de arquivos e ligar/desligar o produto surgem de forma discreta. O tamanho compacto do modelo faz com que ele repouse confortavelmente sobre a palma da mão sem sacrificar sua acessibilidade.

A parte inferior do Nano apresenta uma entrada de 3,5 mm para conectar fones de ouvido e uma conexão Lightning usada para recarregar o dispositivo e realizar a transferência de arquivos a partir de um computador.

Com um peso bastante reduzido, o iPod Nano tem uma estrutura de alumínio que passa a impressão de que estamos lidando com um produto “Premium”. O material usado pela fabricante só peca por ser bastante suscetível a marcas de suor e impressões digitais, mesmo quando lidamos com ele de forma moderada. Isso é especialmente visível no modelo com a cor preta que usamos como base para a realização desta análise.

Desempenho

Usar o iPod Nano de sétima geração se trata de uma experiência essencialmente offline. Em outras palavras, você vai precisar ter um computador com o iTunes instalado para conseguir alimentar o dispositivo com as músicas e podcasts de sua preferência — a única função que é possível usar sem cumprir esse pré-requisito é a rádio FM.

A interface oferecida pela Apple pode ser considerada uma versão bastante simplificada do iOS. Há atalhos para músicas, podcasts, vídeos, fotos, rádio, ajustes no relógio e para a área Fitness+, que registra a quantidade de passos e calorias que você gastou durante a prática de corridas ou caminhadas (o recurso é compatível com o sistema Nike+, que oferece resultados mais precisos).

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Através do ícone de configurações, você pode modificar diversos aspectos do funcionamento do dispositivo. A fabricante oferece uma grande variedade de idiomas, opções de imagem de fundo e alternativas de acessibilidade: o recurso “VoiceOver” auxilia pessoas com deficiências visuais, e é possível inverter as cores de tela, restringir o áudio ao modo Mono e configurar um sistema de legendas ocultas dependendo de suas necessidades.

O iPod Nano cumpre bem sua função de reproduzir áudio, oferecendo uma interface baseada em toques e gestos fácil de se acostumar. Ao optar pelo uso de memória flash, a Apple garante uma transição rápida entre faixas e impede que o aparelho dê “pulos” quando é usado durante a realização de práticas esportivas — problema comum aos modelos mais antigos que usavam discos rígidos.

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Os recursos de Rádio FM funcionam bem, se mostrando mais adequados aos momentos em que o dispositivo é ligado a um fone de ouvido com fio. A sétima geração do Nano apresenta conectividade Bluetooth 4.0 e é possível conectá-lo com facilidade a headphones wireless e a caixas de som que trabalham com a tecnologia.

Caso você queira assistir a vídeos, o dispositivo da Apple não é a melhor opção do mercado. Não somente a tela de 2,5 polegadas não é muito adequada à reprodução desse tipo de conteúdo como o espaço disponível (14,7 GB) se mostra um pouco restrito quando esse tipo de mídia é utilizado — a impossibilidade de assistir a conteúdos online só adiciona à falta de praticidade nesse sentido, visto que é preciso ter em um computador os arquivos que você deseja reproduzir para poder enviá-los ao iPod.

Fone de ouvido

A sétima geração do iPod Nano vem acompanhada por uma unidade do EarPod, fone de ouvido que a Apple apresentou em 2012. O acessório não sofreu nenhuma modificação em relação à sua encarnação original, o que não é exatamente um problema — o formato adotado pela empresa permite um encaixe confortável independente do tamanho de suas orelhas.

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O dispositivo apresenta uma boa qualidade de áudio quando se levam em consideração suas características. No entanto, não espere encontrar aqui uma solução capaz de reproduzir faixas em alta fidelidade: o fone de ouvido foi construído de forma a dar prioridade a frequências graves, possuindo um som bastante característico.

Em geral, o EarPod é uma solução que combina bem com o iPod Nano, especialmente levando em consideração suas restrições na reprodução de arquivos. Caso você decida usar o acessório, fique atento ao fato de que ele demanda certa manutenção para permanecer em bom estado — disponível somente na cor branca, o dispositivo deixa bastante evidente qualquer sujeira em sua superfície.

Bateria

O modelo Nano de sétima geração mantém a tradição da Apple em oferecer reprodutores multimídia com baterias bastante resistentes. Durante nossos testes, o dispositivo pôde ser usado de forma intensa por pouco mais de três dias antes que uma recarga se mostrasse necessária.

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Nesse período, usamos o iPod por aproximadamente 8 horas diárias para escutar músicas e podcasts de forma ininterrupta. Vale notar que, durante a maior parte desse tempo, o dispositivo estava com sua tela desligada (algo que acontece automaticamente após alguns segundos sem nenhuma interação), o que ajudou a poupar a carga disponível.

Já durante a reprodução de vídeos, o Nano se mostrou um pouco menos resistente. Após pouco mais de duas horas de reprodução, ele já deu sinais de que era preciso conexão a uma fonte de energia para ser possível continuar usando seus recursos.

O desempenho está dentro do esperado, levando em consideração a tradição da fabricante na área e o tamanho compacto do dispositivo. Em outras palavras, dificilmente esse iPod vai deixar você na mão em momentos de necessidade caso você se lembre de recarregá-lo a cada dois ou três dias (pressupondo que você não seja um grande consumidor de vídeos).

Vale a pena?

No geral, o iPod Nano apresenta um ótimo desempenho e cumpre muito bem aquilo a que se propõe. No entanto, é difícil ignorar a ausência de algumas funções que já se tornaram um padrão no que diz respeito ao consumo de músicas na atualidade.

A escolha por uma experiência essencialmente offline beneficia a duração da bateria do dispositivo, mas impede o acesso a serviços como o Apple Music. Com isso, os donos do acessório acabam restritos à biblioteca musical de seus computadores e à reprodução das estações FM disponíveis em sua região.

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No entanto, o que mais prejudica o dispositivo é seu preço: no site oficial da fabricante, o modelo custa R$ 1.449 — valor que cai para R$ 759 em lojas como a FNAC. Além de pouco acessível, o valor é compatível com o que é cobrado por smartphones de bom desempenho, como o Moto X, que oferecem recursos mais completos (e opções como a expansão de sua memória interna).

Em outras palavras, o que mais prejudica o aparelho da Apple é justamente o mercado que ela ajudou a criar, que diminuiu em muito a necessidade de um reprodutor de mídia dedicado. Dessa forma, mesmo tendo qualidades inegáveis, o iPod Nano só é recomendado para quem não se importa com a experiência restrita oferecida por ele e tem boas condições financeiras para arcar com o investimento necessário para obtê-lo.

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Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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Fontes