Memória resistiva: tecnologia promete celulares com 1 TB de armazenamento

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

24/07/2014 - 02:502 min de leitura

Memória resistiva: tecnologia promete celulares com 1 TB de armazenamento

Fonte : Rice University

Imagem de Memória resistiva: tecnologia promete celulares com 1 TB de armazenamento no site TecMundo

Das várias especificações técnicas de smartphones e tablets que melhoram com o tempo, a memória de armazenamento parece uma das mais "estáveis". Você vê aparelhos com capacidade entre 4 e 64 GB, mas nenhum parece que vai disparar nesse valor — pelo menos até agora. Isso porque o mercado começa a ver com bons olhos uma tecnologia que antes parecia que não sairia dos laboratórios, mas agora está cada vez mais perto de ganhar o coração das fabricantes.

Trata-se da Resistive Random-access Memory (RRAM), uma tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da Rice University. Ela já é trabalhada há anos e tem como carta na manga o uso do óxido de silício, um material que também pode otimizar telas e baterias.

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De acordo com o mais recente artigo desses cientistas, a tal RRAM é superior às concorrentes em praticamente todos os quesitos. O segredo está na inserção de um material dielétrico (que não conduz eletricidade normalmente) poroso em vez de metal entre dois cabos — no caso, o óxido de silício, que é abundante na Terra e bastante usado e estudado. Quando uma voltagem alta o suficiente é aplicada nessa corrente, um caminho estreito de condução é formado. É ele que permite a escrita, o sumiço e a reescrita de dados nesse tipo de memória.

E o que ela tem de bom?

A RRAM é mais rápida e guarda mais dados em um menor espaço que a memória flash, que ainda começa a ganhar o mercado atual. Um exemplo: é possível guardar até 1 TB de dados em um dispositivo do tamanho de um selo postal. Já imaginou seu smartphone com tanta memória assim?

A fabricação também está melhorando e já é mais atrativa do que os processos rivais. A RRAM pode ser fabricada em um quarto em temperatura ambiente, tem baixo consumo de energia, é mais densa (ou seja, armazena mais dados), possui alta velocidade de funcionamento e prolongado ciclo de duração.

Por enquanto, ainda é cedo para a RRAM ser especulada em algum aparelho, mas os pesquisadores esperam fechar ainda neste ano as primeiras parcerias com fabricantes.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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