'Bitcoin não será regulada tão cedo no Brasil', dizem experts

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

01/02/2018 - 13:512 min de leitura

'Bitcoin não será regulada tão cedo no Brasil', dizem experts

Fonte : Câmara dos Deputados

Imagem de Bitcoin não será regulada tão cedo no Brasil, dizem experts na Campus Party no tecmundo

As criptomoedas estão em uma fase explosiva de popularização e vale aproveitar um clichê para explicar isso: nunca antes na história desse país falamos sobre e investimentos tanto em bitcoins no Brasil quanto agora. Quem já lidava com Bolsa de Valores ou outras atividades monetárias entrou na onda e até quem nunca tentou algo parecido garantiu uma carteira virtual.

Só que tanta informação e novidade ao mesmo tempo exige cuidado e, principalmente, conhecimento. A Campus Party Brasil 2018 contribuiu para isso e abrigou um painel sobre a perspectiva nacional da maior criptomoeda do mercado no palco principal. Quem conversou com o público no palco principal foram Marcos Henrique e Felipe Trovão, sócios da Foxbit.

O começo de tudo

Quando a Foxbit começou, em dezembro de 2014, eram poucas as companhias no ramo no Brasil. Afinal, os próprios investidores por aqui eram apenas pessoas ligadas aos ideias libertários da blockchain e entusiastas de tecnologia.

Há quatro anos, cerca de cem pessoas trabalhavam em empresas de bitcoin no país, contra mais de 1,5 mil atualmente.

"O processo de trade e aquisição era lento, as condições era precárias e muitas possibilidades ainda podiam ser exploradas", explica Marcos, que relembra dois acontecimentos que trouxeram o tema bitcoin para o grande público. O primeiro foi o fechamento da Silk Road, loja online da dark web que comercializava drogas, e a declaração de falência da casa Mt. Gox.

Tem futuro no Brasil?

A dupla ainda tranquilizou o público a respeito de uma eventual regulamentação de criptomoedas no Brasil pelo governo. Segundo eles, isso não deve acontecer tão cedo, mas o próximo ano pode já apresentar alguma novidade nesse sentido. "Para 2018, vamos acompanhar a evolução e o reflexão disso no Brasil", explicam os palestrantes.

Eles relembraram que o Congresso até tentou iniciar uma consulta para um projeto de lei, mas o Banco Central não viu a bitcoin como uma ameaça por enquanto. O relator do processo queria proibir totalmente a moeda, mas a ideia não avançou.

Pessoas conversando.A comissão terminou sem uma decisão sobre as criptomoedas.

Para comprovar que o interesse aumentou, Trovão apresentou dados curiosos. Em 2015, foram movimentados R$ 45 milhões em bitcoins no Brasil. Esse valor subiu para R$ 113 milhões em 2016 e disparou para R$ 8,2 bilhões no ano passado. Ainda assim, o Brasil ainda é um mercado de baixa participação mundial.

A temida bolha existe mesmo?

Uma das primeiras perguntas do público aos palestrantes não poderia ser outra. Afinal, existe uma bolha prestes a estourar? "Isso não é uma bolha, é uma correção esperada. Teria que cair bem mais para ser considerado assim", explica Marcos.

Vale lembrar que hoje (1º) o TecMundo noticiou que a cotação caiu novamente para próximo dos US$ 9 mil, confirmando uma queda atual frequente na moeda. "Não acredito em bolha, acredito em um movimento normal de mercado. A demanda ainda está alta e muita gente ainda nem está conseguindo comprar, como grandes investidores institucionais", afirma Trovão.

A dupla disse não curtir criptomoedas pré-mineradas, já que elas no papel pertencem a uma só pessoa

Eles ainda afirmam que confiam no bitcoin pela impossibilidade de alguém inflacionar o preço da moeda. Normalmente, polêmicas a respeito de golpes envolvem casas que criam tokens próprios baseados em um valor e acabam sem poder devolver o valor oferecido.

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A IBM também está presente na Campus Party Brasil 2018 e essa empresa centenária preparou um desafio especial para os campuseiros. É o IBM BlueGame, um jogo que envolve as ferramentas e APIs da empresa e traz prêmios diários para os melhores colocados. Ficou interessado? Clique aqui para saber mais!


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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