7 tecnologias que perderam a “guerra dos formatos” [vídeo]

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

14/05/2018 - 09:343 min de leitura

7 tecnologias que perderam a “guerra dos formatos” [vídeo]

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Quando surge uma nova mídia de reprodução e gravação de dados, várias empresas criam formatos diferentes e tentam ao máximo buscar o apoio da indústria e do consumidor. Normalmente só uma de cada geração é que sai a vencedora, enquanto várias outras são derrotadas e caem no esquecimento.

É sobre essas derrotadas que a gente vai falar agora — e de muitas delas você talvez nunca tenha ouvido falar. Se você curtiu o conteúdo, não se esqueça de se inscrever no canal do TecMundo no YouTube para mais vídeos como esse.

1) Betamax

A Sony lançou as Betamax, ou fitas Beta, em 1975, um ano antes da grande rival VHS. Esse formato trazia uma qualidade de imagem melhor que a concorrente e foi bastante usado em emissoras de TV nos anos 80. Só que ele também tinha muitos pontos negativos, como exigir demais do televisor e do aparelho reprodutor, além de só suportar uma hora de gravação.

Uma fita.

A Sony ainda era bem mais difícil na negociação, enquanto o VHS era licenciado por máximo de marcas possível. Ele ainda já nasceu gravando duas horas de conteúdo, o que foi o golpe mortal. O Betamax teve gravadores descontinuados em 2002 e as fitas existiram até 2016.

2) VHD

A sigla pra Video High Density foi um formato lançado pela JVC no Japão em 1983. Esse é um pouco obscuro porque nasceu de forma limitada e tinha um formato de funcionamento bem peculiar. O aparelho de leitura usava uma agulha, e o disco ficava dentro de um cartucho. Você colocava o cartucho na ponta do reprodutor, ele “puxava” o disco pra dentro e devolvia na hora de você guardar o VHD.

Uma coleção de discos.

A tecnologia principal era a capacidade de ser interativo, e o MSX apostou nesse formato com alguns jogos lançados. O formato morreu já no fim dos anos 80, e a produção acabou de vez no começo da década seguinte.

3) Laserdisc

Muito antes do CD, havia o Laserdisc. Esse formato foi o primeiro que usou discos ópticos compactos e nasceu de uma parceria entre Philips, MCA e Pioneer em 1978. Os discos foram usados pra músicas, filmes e até jogos, como Dragon’s Lair. Ela foi considerada o futuro pela definição e tecnologia de gravação e durou vários anos, mas também tinha muitos problemas.

Uma mulher segurando um CD.

Os discos eram enormes e exigiam aparelhos muito caros pra época, sem contar que as marcas responsáveis não lançaram um gravador acessível ao público. O formato foi bem mais popular no Japão que no resto do mundo e foi descontinuado só no fim de 2001. Pelo menos a tecnologia foi a base pro que veio a ser os CDs e DVDs.

4) MiniDisc

O MiniDisc, ou MD, é outro formato da Sony que perdeu a batalha de mídias e acabou esquecido. Ele saiu em 1992 e, como o próprio nome já diz, é um disco em miniatura pra armazenar dados. Como trunfo, ele era mais poderoso que as fitas cassete e podia ser gravado pelo público, coisa que o CD demorou anos pra liberar.

Uma coleção de discos.

A Sony fez uma campanha de marketing baseada em ele ser um formato cool, jovem e pros verdadeiros amantes da música em alta definição. Só que os aparelhos eram caros e as pessoas estavam satisfeitas com os outros formatos, sem contar que o lançamento do iPod começou rapidamente a matar tocadores portáteis de mídias físicas. A Sony encerrou a produção dos MiniDisks em 2013 e parou de lançar walkmans com esse formato dois anos antes.

5) Cartucho (Stereo 8)

O formato Stereo 8 é um cartucho baseado em fitas magnéticas. Ele é um pouco maior que as fitas cassete tradicionais e também era destinado pra reproduzir áudio. Eles só existiam pré-gravados, permitiam conteúdos extras de discos e eram divididos em oito pistas.

Uma coleção de fitas.

Só que esses cartuchos eram mais populares em sistemas em carros, com sistemas portáteis aparecendo bem depois. A ideia nasceu em 1964 e chegou a ter um sucesso relativo, mas perdeu a guerra pras boas e velhas fitinhas, sendo descontinuada nos anos 90. Hoje, lançamentos de bandas em Stereo 8 são raridades em sebos e sites de leilão.

6) VCD

O Video CD, ou VCD, foi uma tentativa de padronizar a reprodução de áudio e vídeo em alta definição usando discos compactos. Ele nasceu em 93 com uma parceria entre Sony, Philips, Panasonic e JVC. O VCD tinha um método de compressão diferente, de menor duração e de menor qualidade que o DVD, mas era compatível nos players do rival.

Uma logo.

Os aparelhos não venderam bem no ocidente e logo as mídias também foram derrotadas. Ele foi um sucesso maior na Ásia do que no resto do mundo e foi derrotado de vez pelo CD regravável, pelo próprio DVD e pelo streaming de vídeo em sites e serviços. Só que a diferença é que ele não foi totalmente descontinuado, sobrevivendo como um formato de vídeo de baixo custo.

7) HD DVD

Esse formato perdeu a última grande batalha de mídias físicas. O High Definition Digital Versatile Disc era uma criação da Toshiba e seria, é claro, a sucessora do DVD. O lançamento foi em 2006 e envolveu até o lançamento de um player da Microsoft pro Xbox 360. O grande problema aqui foi a intensa negociação com estúdios de cinema, como a Warner Bros, além de lojas do varejo e fabricantes de aparelhos reprodutores.

Um aparelho de DVD.

Elas ficaram bem divididas no começo, mas pouco a pouco foram migrando pro Blu-Ray, dando uma suada vitória pra Sony depois de tantas derrotas na guerra dos formatos. Ele foi abandonado de vez já em 2008.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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