Epic Games processa Google e Apple após empresas banirem Fortnite

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

14/08/2020 - 02:532 min de leitura

Epic Games processa Google e Apple após empresas banirem Fortnite

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O departamento jurídico da Epic Games teve trabalho nesta quinta-feira (13). Horas depois de abrir um processo contra a Apple, a desenvolvedora responsável por Fortnite entrou também com uma ação bastante similar contra a Google.

Ambos os processos legais estão relacionados com a remoção do fenômeno Fortnite das lojas oficiais de iOS e Android. O primeiro caso envolveu a Maçã, que ficou furiosa com a medida da desenvolvedora de inserir microtransações por fora da plataforma mobile — o que significa que as gigantes não ficariam com a fatia pré-estabelecida em contrato em cima de cada transação realizada. Como resposta, ela baniu o jogo da loja digital. Em seguida, a Google seguiu o mesmo caminho de proibição e também recebeu a ordem judicial.

Os dois processos trazem uma premissa parecida: de que Apple e Google eram empresas idealizadas e revolucionárias quando mais novas, mas agora viraram competidoras desleais. No caso da Maçã, o texto faz menções à campanha de lançamento do Macintosh, com o clássico comercial que faz alusão à obra "1984", de George Orwell.

Para a Google, há referências sobre o antigo lema interno da marca, "Não Seja Mau", que hoje seria apenas uma lembrança e resultou exatamente no oposto.

Uma luta antiga

A principal crítica da Epic Games envolve a taxa de 30% cobrada nas duas plataformas em cima de cada microtransação ou compra feita dentro do aplicativo, incluindo moedas virtuais. Isso seria um controle considerado rígido demais em relação aos parceiros — sendo que, no caso da Apple, a App Store é a única loja disponível para download de aplicativos. 

A Google ainda foi acusada de forçar o encerramento de uma parceria entre a desenvolvedora e fabricantes do Android, como OnePlus e LG, que queriam oferecem o software pré-instalado nos dispositivos e por fora da Play Store. 

O conflito na plataforma é ainda mais antigo: Fortnite ficou mais um ano sendo oferecido apenas no site oficial e em outras lojas por se recusar a pagar a taxa original da gigante.

E agora?

Ambos os processos foram abertos em uma corte da Califórnia e não pedem qualquer tipo de compensação financeira em forma de indenização. Entretanto, a ideia é mesmo reduzir em definitivo a taxa cobrada nas lojas.

Segundo a Google, o Android é um ecossistema que permite a distribuição de apps por várias lojas diferentes, o que amenizaria a situação. Entretanto, para participar da Play Store, é preciso seguir políticas "que são justas aos desenvolvedores e mantêm a loja segura para usuários". A Apple afirma que a Epic Games se beneficiou de ferramentas e distribuição do iOS por anos e concordava com os termos e princípios da plataforma até então, citando igualmente justiça e segurança à comunidade.

Para se aproveitar do momento usando marketing, a Epic Games lançou uma hashtag (#freefortnite) e até fez um evento no game parodiando o comercial do Macintosh. A próxima temporada do game começa em duas semanas e, se o caso não for resolvido até lá, essa atualização não será possível nas duas plataformas.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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