Exchange sul-africana desaparece com US$ 3,6 bilhões em bitcoins

Por André Luiz Dias Gonçalves

25/06/2021 - 13:001 min de leitura

Exchange sul-africana desaparece com US$ 3,6 bilhões em bitcoins

Fonte :  Unsplash 

Imagem de Exchange sul-africana desaparece com US$ 3,6 bilhões em bitcoins no tecmundo

Os fundadores da plataforma de criptomoedas Africrypt Ameer Cajee e Raees Cajee, sediada na África do Sul, sumiram levando US$ 3,6 bilhões em bitcoins de clientes, sem dar satisfação aos investidores, conforme relatou a Bloomberg nessa quarta-feira (23). Em conversão direta, a quantia equivale a mais de R$ 17 bilhões.

Segundo a publicação, os clientes da exchange contrataram um escritório de advocacia na Cidade do Cabo, mas a empresa não tem conseguido entrar em contato com os irmãos Cajee. Por conta disso, os advogados acionaram uma unidade de elite da polícia nacional e emitiram alerta para corretoras de bitcoins em todo o mundo.

Os problemas com a exchange sul-africana começaram em abril, na mesma época em que a moeda digital batia seu recorde de valorização, quando os donos da Africrypt alegaram ter sofrido um ataque cibernético. Eles pediram aos clientes para não relatar o incidente às autoridades, afirmando que isso poderia atrasar a recuperação dos fundos.

Ninguém sabe onde foram parar os 69 mil bitcoins desaparecidos.Ninguém sabe onde foram parar os 69 mil bitcoins desaparecidos.

Desconfiados, alguns investidores procuraram a companhia de advogados Hanekom para investigar o incidente. A firma descobriu que os funcionários da corretora perderam o acesso ao sistema de controle e registro das movimentações de criptomoedas sete dias antes da suposta invasão online.

Transferência dos fundos

A empresa Hanekom também notou, na apuração, que o dinheiro dos investidores foi transferido das contas da Africrypt para carteiras de outras corretoras. No processo, foram usados misturadores de bitcoins que dificultam o rastreamento das transações.

Para piorar a situação, as autoridades financeiras sul-africanas não podem iniciar uma investigação formal do caso, já que as criptomoedas não são consideradas produtos financeiros no país. Paralelamente, outros investidores conseguiram uma ordem de liquidação contra a exchange, mas a justiça não localizou os irmãos.

Se confirmado, o desaparecimento de 69 mil bitcoins na África do Sul representará a maior perda de criptomoedas já registrada.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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