CEO será julgado por fraude milionária de 'celular revolucionário'

Por André Luiz Dias Gonçalves

28/08/2021 - 02:302 min de leitura

CEO será julgado por fraude milionária de 'celular revolucionário'

Fonte :  Wikimedia Commons 

Imagem de CEO será julgado por fraude milionária de "celular revolucionário" no tecmundo

O CEO da empresa Saygus, Chad Leon Sayers, famoso por prometer lançar um “celular revolucionário” que nunca saiu do papel, foi acusado formalmente de fraude financeira pelo Ministério Público de Utah (Estados Unidos). O primeiro protótipo da série “VPhone” foi apresentado por ele em 2009.

Conforme nota divulgada pela Departamento de Justiça dos EUA na última semana, Sayers teria conduzido um esquema fraudulento que arrecadou pelo menos US$ 10 milhões. A quantia foi obtida junto a 300 investidores, com a promessa de retorno de “bilhões de dólares” em alguns anos.

Mas em vez de utilizar o dinheiro para desenvolver o smartphone, o empresário destinou os recursos a outras coisas. As autoridades afirmam que cerca de US$ 185 mil foram gastos com entretenimento, cuidados pessoais e faturas de cartão de crédito.

O Saygus V2 foi atração da CES 2015, mas nunca chegou às lojas.O Saygus V2 foi atração da CES 2015, mas nunca chegou às lojas.

Outra parte dos fundos foi usada para pagar os investidores mais antigos, de acordo com o órgão, em uma espécie de esquema de pirâmide financeira. A grana começou a ser arrecadada em 2006, por meio de propagandas em redes sociais e o envio de e-mails, meios que também serviam para atualizar a suposta estreia do aparelho.

Lançamentos que nunca ocorreram

O primeiro VPhone, apresentado por Sayers há 12 anos, trazia um teclado deslizante como diferencial, além de permitir chamadas de vídeo em redes 3G. A promessa era de lançamento em 2010, posteriormente adiado para 2011, quando ele chegou a certificar o modelo na operadora Verizon.

Mesmo sem vender a primeira geração do seu telefone, o fundador da Saygus apresentou a próxima versão, intitulada V², em 2015. Uma das atrações da Consumer Electronics Show (CES) daquele ano, ele tinha 320 GB de armazenamento interno e revestimento em kevlar, com as vendas supostamente iniciando em 2016, que também não ocorreram.

O julgamento do caso do CEO da Saygus está marcado para começar na próxima segunda-feira (30).


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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