Nubank: clientes reclamam após descobrir fundo com ações das Americanas

Por Carlos Palmeira

17/01/2023 - 02:103 min de leitura

Nubank: clientes reclamam após descobrir fundo com ações das Americanas

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Imagem de Nubank: clientes reclamam após descobrir fundo com ações das Americanas no tecmundo

Clientes do Nubank descobriram nos últimos dias que estão tendo rentabilidade negativa em um fundo de renda fixa que possui recursos aplicados nas Americanas. Com a descoberta do rombo de R$ 20 bilhões e a desvalorização das ações das empresa de e-commerce, o fundo Nu Reserva Imediata chegou a cair de uma rentabilidade de 109% do CDI para apenas 37%.

O caso repercutiu nas redes sociais nos últimos dias e viralizou entre quem guarda o dinheiro no “Roxinho”. No caso, o Nu Reserva Imediata foi o fundo afetado e chamou a atenção das pessoas porque é recomendado para quem está fazendo a reserva de emergência.

Ou seja, o dinheiro de reserva de emergência é normalmente aplicado em locais que têm alta liquidez (que a pessoa pode sacar o dinheiro rapidamente) e baixo risco.

Investimentos

Como o Nu Reserva Imediata tinha cerca de 1% do patrimônio aplicado em debêntures (título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor) da Lojas Americanas e da B2W, o rombo na empresa de varejo fez com que o valor de contas do fundo caísse de R$ 1,147577 para R$ 1,138968, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A segurança do Nu Reserva Imediata é garantida pelo próprio Nubank. Na página onde explica especificamente sobre o fundo, a empresa garante a segurança no investimento porque “todos os títulos são bastante estáveis, a maioria deles públicos ou privados de baixo risco”.

“Isso o torna um investimento de baixo risco, que pode inclusive ser uma opção para guardar uma reserva de emergência — aquele dinheiro que você pode precisar de repente e, portanto, precisa estar investido em um lugar seguro e com acesso rápido. Ele também pode ser um primeiro fundo para quem ainda não tem o costume de investir”, salienta o Nubank.

Reclamações nas redes sociais

A “descoberta” que o Nu Reserva Imediata tem recursos aplicados nas Americanas apareceu nas redes sociais no final da semana passada. Em um dos principais tweets sobre o tema, um especialista em investimentos da Anbima falou sobre o caso.

“O fundo estava com um retorno de 109% do CDI, por 9% do CDI [em comparação com investimentos no Tesouro Selic que garantem 100% do CDI] a pessoa toma um risco extremamente desnecessário, nada assimétrico. Fundos com créditos privados não são bons investimentos? Depende do objetivo, para ‘reserva imediata’ jamais”, disse.

Depois disso, muitos clientes do Nubank que investiram principalmente na reserva de emergência no Nu Reserva Imediata começaram a reclamar da situação. Confira, abaixo, publicações sobre o tema:

O que diz o Nubank

O TecMundo entrou em contato com o Nubank para falar sobre o tema, mas a empresa não respondeu sobre o assunto até o fechamento da matéria.

[Atualização – 17/01/2023, às 09h38]: Em nota enviada ao TecMundo, o Nubank esclareceu que o Nu Asset Management, que é a gestora de fundos de investimentos da empresa, define que o Nu Reserva Imediata “possui estratégia desenhada para ser uma opção de baixo risco risco e altíssima liquidez, e busca perfomance acima do CDI ao longo do tempo”.

A instituição financeira ainda pontuou no comunicado que o fundo de renda fixa possui rentabilidade nominal positiva de 2,72% nos últimos 90 dias e que “segue trajetória de rentabilidade de longo prazo, apoiada pela diversificação de investimentos”.

“Assim como dezenas de fundos no mercado com o mesmo perfil, o Nu Reserva Imediata também investe em ativos de crédito privado, dentro de um limite regulatório. A pequena parcela de investimento em debêntures das Lojas Americanas, historicamente avaliada como Triple A por diferentes casas de rating, já foi revista pela Nu Asset Management”, finaliza a nota do Nubank.


Por Carlos Palmeira

Especialista em Redator

Paulistano, corintiano e pedestre desde 1993. Jornalista formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, escrevo sobre games, tecnologia, ciência e cultura pop. Fã de Red Hot Chili Peppers e apaixonado por maracujá, pão de queijo e rap.


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