Telegram envia dados de grupos neonazistas à Polícia Federal

Por Aléxis Cerqueira Góis

24/04/2023 - 10:171 min de leitura

Telegram envia dados de grupos neonazistas à Polícia Federal

Fonte :  Governo do Espírito Santo/Divulgação 

Imagem de Telegram envia dados de grupos neonazistas à Polícia Federal no tecmundo

O Telegram entregou para a Polícia Federal as informações sobre grupos neonazistas suspeitos de planejar ataques a escolas. A empresa foi intimada a enviar os dados depois que a investigação sobre o ataque a duas escolas em Aracruz (ES) identificou que o responsável, um adolescente de 16 anos, participava de grupos com conteúdo antissemita.

Na quarta-feira (20), a Justiça Federal do Espírito Santo determinou a entrega de dados dos grupos e pessoas suspeitas de planejar os ataques e ameaçou a plataforma com suspensão e multa diária de R$ 100. Inicialmente, a empresa não cumpriu a determinação judicial e o governo federal instaurou um processo administrativo com o aplicativo de mensagens.

A Operação Escola Segura, criada para apurar ameaças a escolas, investiga a participação de 1.732 perfis suspeitos de participação no planejamento dos ataques às escolas. Até a sexta-feira (21), a força-tarefa registrou a prisão ou apreensão de 302 pessoas. A iniciativa envolve ações de inteligência, investigação e prevenção, além de denúncias da sociedade civil.

Crescimento de ataques nas escolas

Memorial a vítimas será construído em escola de Aracruz (ES). (Fonte: Governo do Espírito Santo/Divulgação)Memorial a vítimas será construído em escola de Aracruz (ES). (Fonte: Governo do Espírito Santo/Divulgação)

O Brasil vive um aumento de ataques a escolas. Somente em 2022 e 2023, o número de ataques já supera o total registrado nos 20 anos anteriores. Diversos casos foram registrados nos últimos meses, incluindo o ataque e duas escolas em Aracruz (ES), que deixou quatro mortos e 13 feridos e a uma creche em Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas.

Algumas pesquisas realizadas pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontam que a maioria dos agressores são jovens do sexo masculino, vítimas de bullying e com possíveis transtornos mentais. Muitos são influenciados por comunidades online que incentivam a violência e a misoginia.

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