Desenvolvimento econômico: o que é BRICS?

Por Bianca Seabra de Freitas Barbosa

08/05/2023 - 03:303 min de leitura

Desenvolvimento econômico: o que é BRICS?

Fonte :  CNN Business 

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BRICS é a sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esse é o grupo de países que cooperam entre si para estimular o desenvolvimento de suas economias emergentes.

Indicadores econômicos e sociais como o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apontam uma evolução semelhante entre os países parceiros. 

Por exemplo, a soma do PIB das 5 nações em 2003 equivalia a 9% do PIB mundial. Em 2009, a porcentagem foi para 14% e, no ano seguinte, aumentou para 18%.

O início desse crescimento constante foi observado pelo economista Jim O’Neill, em 2001, no estudo “Building Better Global Economic BRICs”. Foi ele quem inventou a sigla BRIC para se referir às macroeconomias em expansão como oportunidades para investidores.

Entenda a seguir como as anotações de Jim O’Neill influenciaram na criação de um dos maiores mecanismos internacionais de cooperação e como a África do Sul passou a fazer parte da parceria entre Brasil, Rússia, Índia e China.

Quando surgiu o BRICS?

Tudo começou com as observações de O’Neill. Elas foram tão pertinentes para o mundo político, econômico e financeiro que outros estudiosos passaram a estudar o que é BRIC.

As pesquisas buscavam entender as causas e as consequências do rápido desenvolvimento dos países emergentes que foram considerados subdesenvolvidos no passado.

As extensas reservas de recursos naturais, como água, petróleo e gás natural, além do aumento populacional das últimas décadas também são características similares ressaltadas pelos especialistas.

Se somarmos o número de habitantes dos 5 países hoje, estamos contabilizando cerca de 41% da população mundial!

A primeira vez que os chefes de estado do BRICS se reuniram foi em 2009.A primeira vez que os chefes de estado do BRICS se reuniram foi em 2009.

Em 2006, essa aproximação entre Brasil, Rússia, Índia e China deixou de ser apenas como objetos de estudo. Os ministros das relações exteriores dos quatro países se reuniram em Nova York, EUA, para conversar sobre o interesse mútuo de cooperação econômica.

As reuniões se tornam anuais e, na terceira cúpula do grupo, em 2011, a África do Sul se tornou a nova integrante. A entrada do país africano foi controversa, pois seus indicadores estavam longe do crescimento econômico dos demais países.

Contudo, a África do Sul também é considerada uma das economias mais maduras de seu continente, sem contar que sua influência geopolítica é forte e constante.

O que o BRICS defende?

As cúpulas do BRICS tem como objetivo alinhar as expectativas de desenvolvimento social e econômico dos países membros.

A vontade política de seus governantes é o que sustenta os acordos que facilitam o comércio e o investimento nas atividades de órgãos públicos e privados das 5 nações.

Importante ressaltar que: BRICS não é um bloco econômico. Não há uma política comum entre os membros do grupo, uma sede e/ou um secretariado representativo como a União Europeia e o Mercosul.

Qual é a função da BRICS?

A função do BRICS é criar iniciativas que formalizam o interesse de cooperação mútua. Os mecanismos criados desde 2009 já estreitaram laços em mais de 30 setores entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

As principais frentes que promovem o desenvolvimento do grupo são:

Fundação do Banco do BRICS

Também chamado de Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o Banco do BRICS gerencia reservas financeiras desde 2014.

A instituição financia projetos de cooperação e seus recursos também funcionam como um possível auxílio econômico caso um membro do BRICS necessite.

A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, passará a comandar o NBD em 2023. A decisão foi justificada em uma declaração que ressaltava a ampliação dos programas sociais feita por Rousseff durante seu mandato presidencial.

A sede do NDB é em Xangai, China.A sede do NDB é em Xangai, China.

Intercâmbio técnico e acadêmico

O diálogo entre os países membros também visa fortalecer a produção de ciência, tecnologia, cultura e mecanismos de segurança internacional. Estudos sobre tuberculose, saúde pública e crimes transacionais são exemplos de iniciativas do cooperativismo existente.

Grupos de trabalho econômico

O Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS) atua em nove frentes de trabalho, como energia, agropecuária e infraestrutura, para impulsionar a economia do BRICS.

Por que o Brasil faz parte do BRICS?

A economia, o território, a população do Brasil e o mercado financeiro correspondem ao quadro de desenvolvimento e influência na geopolítica mundial que os demais países do BRICS demonstram.

Na primeira década dos anos 2000, a economia brasileira vinha crescendo fortemente. Fatores como queda na inflação e a estabilidade política e econômica estimularam grandes investimentos no país, fortalecendo ainda mais a economia e a expansão de programas sociais.

2013 registrou a melhor marca do PIB per capita no país.2013 registrou a melhor marca do PIB per capita no país.

Diante desse cenário, o Brasil tinha condições de auxiliar e receber ajuda dos demais países que viviam um cenário de desenvolvimento parecido.

As crises econômicas vividas em 2015, com a instabilidade política e a baixa nos preços das commodities no mercado externo, e em 2020, com a pandemia do COVID-19, o país sul-americano passou a enfrentar mais dificuldades em suas finanças.

Houve um recuo médio de 0,6% ao ano no PIB per capita entre 2011 e 2020. O retomada de índices melhores está prevista para o ano de 2029, segundo a Fundação Getúlio Vargas.

Logo, a importância de criar e fortalecer acordos internacionais de cooperação como o BRICS é fundamental para a recuperação econômica do nosso país.

As vantagens oferecidas pelo grupo também chamam a atenção de outros chefes de estado. A representante da África do Sul no BRICS, Anil Sooklal, afirmou publicamente que há 19 países interessados em se tornarem membros do grupo.

No entanto, o debate sobre a entrada de novos integrantes ainda está em "um estágio muito preliminar, exploratório”, conforme apontado pela ministra Ana Maria Bierrenbach, coordenadora-geral de Mecanismos Inter-Regionais no Ministério das Relações Exteriores.


Por Bianca Seabra de Freitas Barbosa

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