Jogo do aviãozinho: Blaze é suspeita de aplicar golpes de R$ 100 mil em apostadores; entenda

Por Carlos Palmeira

18/12/2023 - 03:453 min de leitura

Jogo do aviãozinho: Blaze é suspeita de aplicar golpes de R$ 100 mil em apostadores; entenda

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O chamado Jogo do Aviãozinho é mais um cassino que vem sendo investigado pela polícia brasileira. Oferecido por várias plataformas, o game online é ilegal e causou perdas financeiras milionárias para apostadores.

As novas investigações vieram à tona em uma reportagem divulgada pelo Fantástico no último domingo (17). De acordo com o programa, a Blaze, um dos sites que promove o jogo, é suspeita de não pagar os vencedores.

Também conhecido como “Aviator”, o Jogo do Aviãozinho é um cassino do tipo “Crash Game”. Neste gênero, a aeronave vai subindo e multiplicando os ganhos do apostador. Tudo termina quando o avião cair.

Jogo do AviãozinhoO Jogo do Aviãozinho é um dos mais populares de cassinos online na atualidade (Imagem: Reprodução/Blaze)

Além da Blaze, o cassino online é oferecido por plataformas como a KTO. “O Aviator é o jogo de Crash mais importante aqui no KTO. Em 2022, a popularidade do Aviator disparou e, em seu auge, mais de 60% dos jogadores do KTO o experimentaram. Sua popularidade continua até hoje e ele é marcado como o pioneiro da nova era de jogos no Brasil”, afirmou Svilen Madjov, Chefe de Pesquisa da KTO.      

Fraudes da Blaze

O Jogo do Aviãozinho foi um dos objetos de investigação da Blaze. Os indícios de fraude da empresa fizeram com que a Justiça bloqueasse R$ 100 milhões da Blaze, sendo que a marca ainda foi punida com a retirada do site do ar. Contudo, esta segunda medida não surtiu efeito, já que outras páginas continuaram funcionando normalmente.

Assim como outras casas de apostas online, a Blaze não tem sede no Brasil e por isso há certa dificuldade de autuar a marca. Apesar de cassinos online como o Jogo do Aviãozinho serem proibidos no país, os games acabam sendo divulgados livremente, principalmente nas redes sociais.

O caso da Blaze é emblemático porque a empresa é promovida por diversos influenciadores, atletas, atores, atrizes e outras personalidades famosas.

BlazeNeymar é uma das "caras" da Blaze (Imagem: Reprodução/Blaze)

Felipe Neto, Juju Salimeni, MC Kauan, Carlinhos Maia, Mel Maia, Gkay, MC Poze do Rodo e até Neymar já fizeram publicidade da companhia.

Golpe de quase R$ 100 mil

A reportagem do Fantástico ouviu algumas vítimas de possíveis golpes da Blaze. E o modus operandi era basicamente o mesmo: a pessoa ganhava uma quantia significativa nos jogos, mas não conseguia sacar o dinheiro.

“Eu cheguei a ganhar muito dinheiro, mais de R$ 100 mil. Eu consegui sacar R$ 20 mil. O resto ficou tudo lá. E era uma manipulação atrás da outra”, relatou uma pessoa.

Uma outra vítima contou ter visto uma vez que o pagamento do cassino estava alto e por isso resolveu apostar. Ela colocou R$ 2,8 mil e teve um retorno de R$ 98 mil, mas também não viu a cor do dinheiro.

BlaeA Blaze tem avaliação ruim no Reclame Aqui (Imagem: Reclame Aqui/Reprodução)

“Quando eu fui tentar realizar o saque desses R$ 98 mil, eles colocaram que eu fraudei a plataforma e tiraram o dinheiro da minha conta”, afirmou.

O Reclame Aqui registra milhares de reclamações acerca da Blaze. Parte importante dos relatos é justamente sobre valores não recebidos e saldos que sumiram da conta.

A Blaze tem mais de 28,3 mil notificações no Reclame Aqui e a avaliação da empresa é de 5.1 (em uma escala que vai de 0 a 10), o que é considerado ruim.

Outro lado

Em resposta ao Fantástico, os advogados da Blaze disseram que a companhia tem sede em Curaçao (ilha no Caribe) e que por isso a atividade não configura infração penal, mesmo os apostadores e vítimas sendo brasileiros.

Os representantes legais da Blaze ainda disseram que em outro caso semelhante o Ministério Público de São Paulo pediu o arquivamento do inquérito e um juiz revogou a decisão de bloqueio do site.


Por Carlos Palmeira

Especialista em Redator

Paulistano, corintiano e pedestre desde 1993. Jornalista formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, escrevo sobre games, tecnologia, ciência e cultura pop. Fã de Red Hot Chili Peppers e apaixonado por maracujá, pão de queijo e rap.


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