Governo Federal leva PL de regulamentação de apps de transporte à Câmara

Por Igor Almenara Carneiro

04/03/2024 - 06:262 min de leitura

Governo Federal leva PL de regulamentação de apps de transporte à Câmara

Fonte :  GettyImages 

Imagem de Governo Federal leva PL de regulamentação de apps de transporte à Câmara no tecmundo

Nesta segunda-feira (4), o Governo Federal apresentará o projeto de lei que regulamenta apps de transporte como Uber e 99 ao Congresso Nacional. A proposta elaborada pelo Ministério do Trabalho busca enquadrar motoristas como trabalhadores autônomos.

Elaborada com a colaboração de apps de transporte, sindicatos e entidades do setor, a proposta estabelece um conjunto de pontos. Confira abaixo:

  • Jornada mínima de trabalho de até 8 horas (ou até 12h, dependendo de acordo coletivo);
  • Nova categoria "trabalhador autônomo por plataforma";
  • O motorista poderá escolher quando trabalhar, mas sem qualquer vínculo de exclusividade;
  • Fundação de novo sindicato da categoria;
  • Remuneração mínima para motoristas;
  • Pagamento por hora trabalhada (R$ 32,09);
  • Pagamento de alíquota de 27,5% de contribuição no INSS (7,5% do trabalhador, 20% das empresas).

Uma das queixas das entidades do setor se dá ao pagamento por hora trabalhada, e não por quilômetro rodado e tempo de viagem. "O pagamento por hora não leva em conta as variações de demanda, não existe ganho real em pagamentos por hora em corridas", pontuaram a Federação Brasileira de Motoristas de Aplicativos (Fembrapp) e a Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (AMASP).

O projeto de lei define que motoristas são trabalhadores autônomos, sem vínculo CLT com as plataformas.O projeto de lei define que motoristas são trabalhadores autônomos, sem vínculo CLT com as plataformas.

"Os ganhos precisam levar em conta o quilômetro rodado e tempo, trânsito, distância e tempo de espera, que são fatores que influenciam diretamente na renda dos trabalhadores", complementaram. Além disso, as entidades também preferem que a contribuição previdenciária seja de forma semelhante a de microempreendedores individuais (MEI) — 5% do salário mínimo.

Para o cálculo da jornada de trabalho, o tempo começa a ser contabilizado a partir da primeira viagem aceita pelo profissional. Agora, o projeto precisa passar pela Câmara de Deputados e pelo Senado para virar lei.

STF também avalia o vínculo entre motoristas e apps

Atualmente, o Supremo Tribunal Federal também avalia se o motorista de aplicativo possui algum vínculo de trabalho com a plataforma de transporte. Na sexta-feira (1), o STF determinou pela repercussão geral: o entendimento da entidade deverá ser seguido por todas as instâncias da Justiça em processos semelhantes.


Por Igor Almenara Carneiro

Especialista em Redator

Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.


Veja também