Uso de apps que simulam movimentos do mouse leva a demissão de funcionários; veja

Por Igor Almenara Carneiro

17/06/2024 - 06:452 min de leitura

Uso de apps que simulam movimentos do mouse leva a demissão de funcionários; veja

Fonte :  GettyImages 

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Mais de dez funcionários foram demitidos por utilizar apps ou ferramentas que simulam o movimento do mouse nos Estados Unidos. O caso revelado por documentos da Autoridade Regulatória da Indústria Financeira (FINRA, na sigla em inglês) aconteceu na Wells Fargo, companhia de serviços financeiros. As informações são do Bloomberg.

A reportagem não revela o número exato de funcionários desligados, mas menciona que foi "mais de uma dúzia". Os cortes aconteceram após uma investigação interna da Wells Fargo, que revelou que os trabalhadores utilizavam dispositivos ou aplicativos para simular o movimento do periférico e, assim, indicar produtividade.

O documento da FINRA não revela que os funcionários afetados trabalhavam remotamente, tampouco detalhes sobre como a produtividade delas podia ser medida de acordo com a movimentação do mouse. Contudo, todas as demissões foram da unidade de gestão de patrimônio e investimentos da Wells Fargo.

A Wells Fargo demitiu mais de uma dúzia de funcionários por utilizar softwares ou ferramentas para simular o movimento do mouse.A Wells Fargo demitiu mais de uma dúzia de funcionários por utilizar softwares ou ferramentas para simular o movimento do mouse.

As ferramentas que simulam movimento do mouse existem há anos, mas se tornaram mais populares durante e após a pandemia de covid-19. Na época, muitas empresas recorreram ao trabalho remoto e, como uma forma de monitorar a atividade dos empregados, vigiavam a atividade do mouse.

Então, esses softwares de simulação de movimentos se tornaram solução para quem queria contornar a vigilância.

Monitoramento divide opiniões

Tanto a medida da Wells Fargo quanto o uso de simuladores de movimento são considerados controversos. Nos comentários da notícia relacionada ao assunto no The Verge, leitores se queixam sobre como uma empresa pode medir produtividade de funcionários com base no movimento do mouse, reclamando do monitoramento excessivo, enquanto outros acusam os empregados demitidos de serem preguiçosos ou antiéticos.

O uso de ferramentas de monitoramento de produtividade tão minuciosas é considerado invasivo para parte do público. "Eu diria que produtividade pode tomar várias formas. Às vezes, eu não 'produzo' nada novo no dia inteiro, no sentido de não ter nenhum rascunho de documento, planilha ou apresentação como prova, pois passei o dia inteiro refletindo sobre um problema", pontuou um dos comentários.

Em outras respostas, leitores mencionam que o download de ferramentas não autorizadas pode ter violado às regras da empresa e, por isso, teria motivado as demissões.


Por Igor Almenara Carneiro

Especialista em Redator

Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.


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