Amido de batata-doce pode ajudar a criar baterias mais eficientes

Por André Luiz Dias Gonçalves

01/03/2020 - 14:001 min de leitura

Amido de batata-doce pode ajudar a criar baterias mais eficientes

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Pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia (KIST) desenvolveram um novo método para criar ânodo de silício que pode aumentar a capacidade das baterias em até quatro vezes, melhorando a autonomia dos carros elétricos. O curioso é que eles utilizaram um produto facilmente encontrado nas cozinhas: amido de batata-doce.

O método criado pela equipe do pesquisador do KIST Hun-Gi Jung, com o objetivo de melhorar a estabilidade do silício, inclui a dissolução de amido e silício em óleo e água, respectivamente, seguida da mistura e da fritura dos materiais, para a produção de compostos carbono-silício.

Como resultado do aquecimento surgiu um ânodo de silício que não se expande durante os ciclos de carga e descarga, além de apresentar capacidade de energia quatro vezes maior que a do ânodo de grafite usado nas baterias atualmente, mantendo este desempenho estável por 500 ciclos.

Os carros elétricos podem se beneficiar com este novo método. (Fonte: Unsplash)

Também foi constatado pelos cientistas sul-coreanos que a bateria produzida no processo com a utilização do amido de batata pode ser carregada com mais de 80% da sua capacidade em apenas cinco minutos, significando uma grande revolução para o mercado dos elétricos.

Vantagens para os carros elétricos

Se o método criado na Coreia do Sul for usado na produção das baterias para os carros elétricos pode ser possível dobrar a autonomia deles, devido ao alto rendimento do silício. Desta forma, um modelo como o Mercedes EQC, que tem autonomia de 440 km, poderia rodar até 880 km sem ir à tomada, caso contasse com a tecnologia.

O chefe da equipe de pesquisa comentou sobre o método e a possibilidade da sua utilização na indústria: “Os processos simples que adotamos e os compostos com excelentes propriedades que desenvolvemos têm grande probabilidade de serem comercializados e produzidos em massa. Os compósitos podem ser aplicados a baterias de íons de lítio para veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia”, disse Jung.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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