Tesla: Autopilot e 'piloto automático' estão ligados a vários acidentes e mortes nos EUA

Por André Luiz Dias Gonçalves

26/04/2024 - 12:152 min de leitura

Tesla: Autopilot e 'piloto automático' estão ligados a vários acidentes e mortes nos EUA

Fonte :  Getty Images/Reprodução 

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O piloto automático e o sistema de condução autônoma dos carros da Tesla estão associados a centenas de acidentes e a dezenas de mortes nos Estados Unidos. Os dados foram divulgados pela Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA) nesta sexta-feira (26).

De acordo com o órgão, foram investigados 956 acidentes com veículos produzidos pela montadora de Elon Musk, ocorridos entre janeiro de 2018 e agosto de 2023. Desse total, algumas das ocorrências envolveram outros automóveis que atingiram os carros da marca, resultando em 29 mortes.

As tecnologias de assistência ao motorista da Tesla têm falhado em muitas ocasiões, segundo a investigação.As tecnologias de assistência ao motorista da Tesla têm falhado em muitas ocasiões, segundo a investigação.

Também houve 211 acidentes nos quais a parte frontal do veículo da Tesla atingiu outro automóvel ou obstáculo no caminho, ao longo do período pesquisado. Esse tipo de ocorrência foi frequentemente mais grave, conforme explicou a agência, terminando com 14 pessoas mortas e 49 feridas.

A investigação foi iniciada depois de diversos incidentes em que carros com o Autopilot ou o sistema Full Self-Driving (FSD) acionados colidiram com veículos de emergência parados na beira da estrada. A maior parte dos registros foi à noite, com o software de assistência não identificando luzes de advertência, cones e outros recursos de sinalização.

Motoristas desatentos

A NHTSA também concluiu que o Autopilot e, em alguns casos, o FSD, não foram desenvolvidos para manter o motorista envolvido na tarefa de condução, ao contrário do que afirma a montadora. Desatentos enquanto uma das tecnologias guiava o carro, os condutores reagiram tarde demais na maioria dos acidentes.

Segundo o relatório, os motoristas tiveram cinco ou mais segundos para tentar evitar o pior em 59 acidentes e pelo menos 10 segundos em 19 ocasiões, entre as ocorrências analisadas. No entanto, eles não conseguiram frear nem assumir a direção para evitar a batida na maior parte dos casos.

O órgão aponta, ainda, que o nome Autopilot é enganoso ao passar a ideia de que o motorista não está no comando e não descarta a possibilidade de um número maior de acidentes com o piloto automático e a condução autônoma da Tesla. Conforme a NHTSA, há lacunas nos dados de telemetria da montadora, dificultando uma análise mais completa.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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