PlayStation VR: imprensa internacional publica primeiras análises do gadget

Por Felipe Gugelmin Valente

05/10/2016 - 06:154 min de leitura

PlayStation VR: imprensa internacional publica primeiras análises do gadget

Fonte : The Verge

Nesta quarta-feira (5), começaram a ser publicadas as primeiras análises do PlayStation VR, dispositivo de realidade desenvolvido pela Sony para trabalhar junto ao PlayStation 4. Oferecendo um preço de entrada menor que o de seus concorrentes (US$ 399, no Estados Unidos), o gadget deve começar a ser distribuído a seus compradores a partir do dia 13 deste mês.

Mas será que o aparelho tem o necessário para popularizar a tecnologia que tem o potencial de mudar a maneira como encaramos jogos eletrônicos? Em certo sentido, sim. No entanto, as primeiras impressões da mídia internacional dão a entender que, embora o PS VR seja um bom começo, ao menos em alguns pontos ele “ainda não chegou lá”.

Lemos as principais análises feitas até o momento e reunimos aqui algumas das opiniões mais relevantes sobre o aparelho divulgadas até agora. E você, está pronto para embarcar no mundo da realidade virtual ou acha que vale a pena esperar mais um pouco? Será que sua opinião vai permanecer a mesma depois dessas análises? Contribua com o assunto em nossa seção de comentários.

Polygon

A Polygon não chegou a publicar uma análise completa do dispositivo, mas divulgou algumas primeiras impressões bastante completas sobre ele. Entre os pontos destacados pela publicação está o conforto proporcionado pelo headset, elogiando a Sony pelas soluções de design empregadas.

É algo acessível, o que é um ótimo contraste ao estilo super sério de outros headsets

“É algo acessível, o que é um ótimo contraste ao estilo super sério de outros headsets. A Sony fez a sua lição de casa. Esse é um headset confortável que evita cometer muitos dos erros de seus competidores”, afirma o editor de opinião Ben Kuchera.

A publicação também elogia os materiais utilizados, que facilitam a limpeza após seções de jogo mais intensas. “Esse pensamento por parte do time de engenharia da Sony é parte do que torna o PlayStation VR o headset VR mais confortável já construído”, complementa Kuchera.

O ponto negativo destacado pela publicação fica por conta do fato de que o gadget deixa entrar muita luz em seu visor. Com isso, jogadores mais exigentes podem considerar melhor usar o aparelho em ambientes pouco iluminados ou durante horários noturnos.

Eurogamer

Em sua análise, a Eurogamer reconhece os desafios que a fabricante tem em trazer uma nova tecnologia à sala de estar por um preço acessível. Segundo o veículo, o gadget possui algumas arestas que devem ser aparadas, mas consegue cumprir o objetivo a que se propôs.

undefinedO conforto do headset está sendo elogiado

“A qualidade visual não está no nível de sua biblioteca do PlayStation 4: compromissos são necessários, mas eles não influenciam muito com aquele sentimento de ‘estar lá’”, afirma o analista Richard Leadbetter. Segundo ele, a apresentação é um pouco mais borrada que a encontrada em outros aparelhos do tipo e certas experiências tendem a mostrar uma quantidade generosa de serrilhados.

A publicação também elogia o conforto proporcionado pelo gadget, especialmente para quem usa óculos. O ponto mais criticado pela Eurogamer são os controles feitos pelo PlayStation Move, que surgem como o “elo fraco” da experiência. Além disso, ela critica a limitação da PlayStation Camera, cujos ângulos de operação parecem pouco adequados à sala de estar.

Levando em consideração seu preço em relação à competição, o PlayStation VR é uma grande conquista

“Levando em consideração seu preço em relação à competição, o PlayStation VR é uma grande conquista — especialmente levando em consideração que ele consegue superar seus rivais muito mais caros em aspectos-chave, principalmente em termos de conforto, encaixe e finalização. Ao acomodar uma plataforma (relativamente) fixa, a Sony tinha que acertar de primeira nesse hardware e, na maioria dos pontos, ela fez um trabalho excelente”, afirma o site.

US Gamer

Bob Mackey, responsável por analisar o PlayStation VR para o site US Gamer, afirma que o produto está “na metade do caminho”. Segundo ele, enquanto o produto é incrivelmente efetivo, algumas concessões necessárias para que seu preço fosse mais acessível impedem que ele alcance seu verdadeiro potencial.

undefinedTodos os cabos que acompanham o produto

“Como um dispositivo destinado a enganar seu cérebro e fazê-lo acreditar que você está em um lugar que não está, o PlayStation VR é um pequeno periférico incrivelmente efetivo”, elogia Mackey. “Mas mesmo com a habilidade de entrar em dezenas de mundos virtuais com a ponta dos dedos, ainda não consigo me livrar da sensação de que a construção física do PS VR resulta em um primeiro passo desengonçado — mas algo necessário, com certeza”.

Segundo ele, jogar o VR durante horas não provocou enjoos, mas o deixou bastante cansado — quase como se ele tivesse nadado durante muito tempo. “Os desenvolvedores ainda estão jogando extremamente seguro até descobrir o quanto suas audiências podem aguentar, o que explica porque tantas dessas demonstrações e jogos têm interações limitadas ou se limitam a ser atrações estilo Disney”.

Kotaku

O Kotaku vai direto ao ponto: “o PlayStation VR deveria ser melhor”, afirma o analista Kirk Hamilton. “Em sua melhor forma, o novo headset de realidade virtual da Sony consegue conjurar a surpreendente e imersiva maravilha da realidade virtual moderna. Com a mesma frequência ele se vê frustrantemente limitado por um hardware desatualizado e que não consegue fazer exatamente aquilo que deve”.

undefinedO Move e a PlayStation Camera complementam o headset

As principais críticas de Hamilton estão relacionadas ao sistema de controles PlayStation Move e ao sistema de câmeras do PlayStation 4, assim como ao hardware do console de mesa. “A seu favor, o PS VR consegue passar convincentemente a experiência da realidade virtual moderna, fazendo isso não com um PC de jogos caro, mas por um console de mesa que milhões de pessoas já possuem”.

O PS VR começa a parecer como a Ilha Sony dos Brinquedos Desajeitados

Um problema destacado por Hamilton é que a maioria dos jogos testados apresentam “tremidas” constantes no que diz respeito aos controles — mesmo que os acessórios usados estejam completamente imóveis. Segundo ele, em alguns momentos isso torna as experiências difíceis de jogar, sendo que a situação provavelmente está relacionada a alguma limitação da câmera do console.

“O PS VR começa a parecer como a Ilha Sony dos Brinquedos Desajeitados. É um imã para gadgets que não tiveram sucesso por mérito próprio, e é difícil que, juntos, eles podem finalmente estourar”, critica o escritor. “O PlayStation VR é inferior a seus competidores em diversos sentidos significativos. Ele também é mais barato e fácil de usar e, com todas as suas falhas, ele ainda consegue comunicar a desajeitada e surreal alegria da realidade virtual moderna. O tempo vai dizer se isso é bom o suficiente. É melhor esperar para ver”, conclui.

The Verge

Em contrapartida ao Kotaku, o The Verge afirma que ser “bom o bastante” já é algo ótimo para o PlayStation VR. “Ele oferece um catálogo balanceado e interessante e um headset que é uma alegria de usar, com pontos fracos que ferem o sistema, mas não chegam a incapacitá-lo. Ele custa mais do que o PlayStation 4, mas para muitas pessoas ele ainda está no nível de ser um excesso dos feriados ou um presente generoso”.

undefinedO PlayStation VR chega aos Estados Unidos custando US$ 399

A publicação afirma que a Sony parece não estar tão comprometida quanto a Oculus com a realidade virtual, e que a filosofia de obrigar que todos os jogos funcionem com o aparelho pode diminuir a experimentação. Segundo o analista Adi Robertson, a expectativa é que o gadget seja marcado por diversas experiências curtas, ao menos até o momento em que a realidade virtual se mostrar uma mídia viável.

Ele oferece um catálogo balanceado e interessante e um headset que é uma alegria de usar

“Mais do que uma peça com tecnologia de última geração, a chave para tornar a realidade virtual bem-sucedida é convencer mais pessoas a usá-la. E com o PlayStation VR, a Sony tornou isso muito mais fácil”, conclui Robertson.


Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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