Câmera mais rápida do mundo tira 70 trilhões de fotos por segundo

Por André Luiz Dias Gonçalves

06/05/2020 - 10:301 min de leitura

Câmera mais rápida do mundo tira 70 trilhões de fotos por segundo

Fonte :  Caltech/Reprodução 

Imagem de Câmera mais rápida do mundo tira 70 trilhões de fotos por segundo no tecmundo

Uma câmera ultrarrápida com capacidade para capturar 70 trilhões de quadros de imagem por segundo é a mais nova invenção de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos. A velocidade do dispositivo é o suficiente para capturar ondas de luz em movimento.

Batizada de Compressed Ultrafast Spectral Photography (CUSP, na sigla em inglês, ou Fotografia Espectral Ultrarrápida Compactada, em tradução livre), a câmera mais rápida do mundo utiliza pulsos de laser com duração de apenas um quadrilionésimo de segundo (femtossegundo) cada, combinados com um sensor de luz e lentes especiais.

O sistema óptico do dispositivo divide os pulsos de femtossegundos em outros pulsos de duração ainda menor. E é cada um destes novos pulsos que forma as fotografias registradas pela CUSP, possibilitando a captura de imagens quantitativas sem precedentes da rápida interação não-linear da matéria com a luz, de acordo com os responsáveis pelo projeto.

Como funciona a câmera mais rápida do mundo.Como funciona a câmera mais rápida do mundo.

A tecnologia utilizada tem como base um projeto anterior desenvolvido pelo professor da Caltech Lihong Wang, líder da equipe. Em 2014, ele apresentou a versão original do sistema, intitulada CUP, que registrava 100 bilhões de quadros por segundo. Já em 2018, os pesquisadores avançaram para uma câmera com taxa de 10 trilhões de quadros a cada segundo.

Uso em pesquisas

Apesar dos números incríveis apresentados pela CUSP, não é provável que a vejamos na fotografia convencional. O custo e o tamanho do equipamento devem torná-la um acessório exclusivo dos laboratórios, pelo menos por enquanto.

Segundo Wang, a câmera ultrarrápida poderá ser usada em aplicações que ajudem a criar eletrônicos menores e mais sensíveis, trazendo grandes avanços nas pesquisas relacionadas à física fundamental e miniaturização de semicondutores.

“Prevemos aplicações em uma rica variedade de fenômenos extremamente rápidos, como propagação de luz ultracurta, propagação de ondas, fusão nuclear, transporte de fótons em nuvens e tecidos biológicos e decaimento fluorescente de biomoléculas, entre outras coisas”, afirmou o professor.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


Veja também