AMD muda planos e vai focar mais em IA do que nas GPUs gamers

A fabricante AMD vai mesmo priorizar o desenvolvimento de chips voltados para o setor de inteligência artificial (IA) e tirar um pouco do foco dos games. A informação foi confirmada pelo vice-presidente sênior da divisão de computação e componentes gráficos da empresa, Jack Huynh, em entrevista ao site Tom's Hardware.

De acordo com o executivo, a prioridade agora é conquistar escala — ou seja, ter maior quantidade de clientes e de fatia de mercado, mesmo que isso signifique GPUs de menor desempenho ou mais acessíveis. Para Huynh, esse é um fator importante até para convencer desenvolvedores a fazerem parcerias com a marca e otimizar títulos.

• Leia também: Vai mudar tudo: IA em PCs é tão importante quanto Wi-Fi, dizem gigantes da tecnologia

Parte dos planos da AMD envolve juntar os esforços das divisões RDNA de placas gráficas e CNDA de data centers em um só setor. A UDNA, como é chamada, foi confirmada durante a IFA 2024 e será uma arquitetura unificada para sistemas de IA.

Talvez preocupado com a repercussão, o executivo ainda reforçou que isso não significa o abandono do segmento no qual a AMD se consolidou nos últimos anos. "Não se preocupe, eu amo jogos. Quando eu apresentei isso para o conselho, eu falei que games são um pilar estratégico na minha estratégia", explicou.

Ideia parece repetir estratégia da Nvidia

Com a UDNA, a AMD quer ter em GPUs para IA o mesmo sucesso que já conseguiu com os processadores EPYC. Para atender a essa demanda, porém, sacrifícios precisam ser feitos do ponto de vista mercadológico e por questões de fornecimento de peças.

A ideia da fabricante é muito parecida com a da Nvidia. A rival passou nos últimos anos a manter o setor de games em uma "velocidade de cruzeiro" com o que conquistou nos últimos anos, enquanto a maior parte dos esforços de investimento foi para o campo da IA.

• Saiba mais: Mirando disputa com Nvidia, AMD compra empresa de IA por quase US$ 5 bilhões

Como resultado, a Nvidia apresentou rendimentos recordes, virou uma das maiores fornecedoras de chips para data centers e sistemas de IA e se tornou uma das companhias mais valiosas de todo o mundo.

Marcas que demoraram a abraçar a tendência, como é também o caso da Intel, hoje lamentam que demoraram para perceber a mudança nas tendências e traçam planos estratégicos para não aumentar a distância no mercado.