Culpa das baterias: Samsung explica as explosões do Galaxy Note 7

Por Felipe Gugelmin Valente

23/01/2017 - 05:052 min de leitura

Fonte :

Conforme o prometido pela Samsung, a companhia divulgou no último domingo (22) o resultado de suas investigações sobre as explosões do Galaxy Note 7. A conclusão do time de 700 engenheiros, que testou 200 mil dispositivos e 30 mil baterias, é que o problema foi resultado de processos de produção falhos nos componentes que forneciam energia aos aparelhos.

Segundo a fabricante, as baterias do smartphone eram disponibilizadas por duas grandes fornecedoras. Os componentes chamados de “Bateria A” foram os primeiros a apresentar problemas devido a uma deformidade em seu canto superior direito que fazia com que seus eletrodos dobrassem e entrassem em combustão — esse defeito também tornava a bateria grande demais para o espaço destinado a acomodá-la.

Já a “Bateria B”, usada nos aparelhos resultantes do primeiro recall, apresentava um problema ligeiramente diferente. Segundo a Exponent, companhia que trabalhou na análise do defeito, o design dessa parte não era exatamente problemático. No entanto, defeitos no processo de produção faziam com que a camada isolante que separa eletrodos positivos de negativos fosse perfurada, gerando as explosões.

undefinedInfográfico divulgado pela Samsung explica as raízes do problema

Além disso, a Samsung afirma que, na pressa de produzir o maior número de baterias possível para não perder vendas, muitas delas usaram uma quantidade insuficiente de isolante. Além da Exponent, a fabricante também contou com a ajuda da UL e da TUV Rheinland para destrinchar cada detalhe do problema.

Tentativa de retomar a confiança

Muitos dos problemas gerados pelo Galaxy Note 7 são resultado de um baixo padrão de qualidade em linhas de produção

A divulgação dos resultados é parte da estratégia da Samsung para retomar a confiança dos consumidores ao ser mais transparente na maneira como faz seus negócios. No entanto, é preocupante ver que muitos dos problemas gerados pelo Galaxy Note 7 são resultado de um baixo padrão de qualidade em linhas de produção — algo que os consumidores definitivamente não esperam ao comprar aparelhos tão caros.

A primeira grande “prova de fogo” que a companhia vai ter que enfrentar em sua tentativa de retomar a confiança do público é o Galaxy S8. Qualquer problema que ocorra com o dispositivo talvez seja a “gota d’água” para muitos consumidores que, diante de uma situação do tipo, podem migrar de vez para as concorrentes, processo que beneficiaria principalmente a Apple.


Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


Veja também