Review: smartwatch Samsung Gear S3 Classic

Por Felipe Gugelmin Valente

09/03/2017 - 08:424 min de leitura

Review: smartwatch Samsung Gear S3 Classic

Fonte : Carolyne Alves/TecMundo

O mercado de smartwatches pode não ter explodido e se tornado a “grande coisa nova” como muitos analistas da indústria previram, mas isso não impediu a Samsung de se estabelecer como um dos maiores nomes do segmento.  A mais recente iniciativa da companhia é o Gear S3, aparelho já disponível no Brasil nos modelos Frontier e Classic.

Equipado com diversas funções inteligentes e sensores que diminuem a dependência de uma conexão com um smartphone, o produto chama a atenção por seu visual luxuoso. Tivemos a oportunidade de testar o modelo Classic, que se diferencia da versão mais esportiva por sua pulseira em couro e por exibir controles laterais mais pronunciados.

Com características especialmente atraentes para entusiastas de atividades esportivas, o Gear S3 sem dúvida é uma das melhores opções em sua categoria. No entanto, algumas limitações e certas decisões de design devem fazer com que ele permaneça um produto voltado a um nicho bastante específico de consumidores.

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Design

Disponível no Brasil nas versões Frontier e Classic — à qual tivemos acesso —, o Gear S3 não traz diferenciais de hardware entre seus modelos. O que varia é o acabamento: o modelo Classic tem uma pulseira em couro legítimo, sendo que seus botões laterais são ligeiramente mais protuberantes em relação ao corpo principal.

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Oferecendo dois tamanhos de pulseiras intercambiáveis, a Samsung criou um aparelho com dimensões consideravelmente mais espessas do que as vistas no Gear S2. Isso ajuda a dar ao aparelho uma aparência bastante masculina e faz com que ele não seja muito adequado a quem tem pulsos considerados finos.

O tamanho generoso do smartwatch não deve agradar a quem procura gadgets mais discretos

O design é elegante, e você encontra o dispositivo com acabamento nas cores prata e preto. No entanto, o tamanho generoso do smartwatch não deve agradar a quem procura gadgets mais discretos. 

O elemento que mais chama a atenção sem dúvida é a coroa central que rodeia a tela. Mais do que servir como um elemento estético, esse item também funciona para navegar pelos menus do aparelho, evitando que você tenha que passar os dedos pela tela e oferecendo uma maior precisão na hora de realizar algumas ações.

Tela e controles

A Samsung construiu a tela do Gear S3 usando a tecnologia OLED, o que garante um ótimo nível de brilho e uma boa visualização de elementos em praticamente qualquer situação. A resolução adotada é semelhante à de outros produtos do mercado e é suficiente para exibir elementos de maneira bastante clara.

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A sensibilidade da tela é boa, proporcionando uma experiência fácil de navegação. Você pode ajustar esse quesito de forma a permitir o manuseio do relógio com luvas ou para fazer com que o display seja iluminado quando movimentos são dedicados — caso uma mudança feita não surta os resultados esperados, sempre é possível revertê-la através de um menu de configurações bem organizado.

Conforme explicado anteriormente, a coroa que rodeia a tela também serve como uma forma de controlar a navegação, fazendo um trabalho bem melhor do que arrastar os dedos sobre o aparelho. Você ainda vai ter que usar os dedos para interagir com alguns elementos, mas a solução encontrada pela Samsung é muito boa e diminui a quantidade de manchas de suor e impressões digitais deixadas sobre o display.

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Para assegurar uma maior durabilidade do Gear S3, a fabricante adicionou ao aparelho a resistência à água e à poeira, além de investir em materiais resistentes a impactos. Isso garante a possibilidade de praticar esportes sem correr o risco de estragar seu gadget acidentalmente.

Desempenho

Evitando problemas do passado, a Samsung traz o Gear S3 com compatibilidade de fábrica com a maioria dos aparelhos Android e iOS disponíveis no mercado. Ainda é um pouco chato ter que depender do aplicativo Samsung Gear para usar o smartwatch, mas ao menos isso garante que você não vai levar para casa um acessório que não vai conseguir se conectar a seu smartphone.

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O sistema operacional Tizen confere ao smartwatch uma quantidade generosa de aplicativos, mas ainda decepciona ter que depender de um celular para instalá-los. Além de exibir informações sobre o horário e as condições climáticas, o dispositivo sai de fábrica com a capacidade de informar quantidades de batimentos cardíacos e passos, de exibir notificações de maneira simplificada e até mesmo de oferecer algumas experiências de jogo.

O sistema operacional Tizen confere ao smartwatch uma quantidade generosa de aplicativos

O destaque sem dúvida fica por conta do aplicativo S Health, que usa os recursos do acessório para oferecer detalhes completos sobre suas atividades físicas. Ele serve não somente para medir calorias gastas, pois chega ao ponto de detectar a qualidade de seu sono — embora não seja muito confortável dormir com um aparelho tão grande preso ao pulso.

Embora no Brasil a Samsung não venda a versão 4G do smartwatch, ainda é possível conectá-lo diretamente a redes WiFi para diminuir sua dependência de smartphones. No entanto, você ainda vai depender de um gadget da categoria para reproduzir músicas, ler notícias completas e realizar outras atividades.

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O Flipboard, por exemplo, exibe versões resumidas de notícias — a leitura completa só pode ser feita em um celular. Situações semelhantes afetam os apps do Twitter (que mostra somente os trending topics do momento) e do Spotify, que serve basicamente como uma espécie de “controle remoto de luxo”.

Mesmo quando o smartwatch atua sozinho, ele nem sempre consegue fazer isso de maneira competente. Exemplo disso ocorre durante o recebimento de chamadas telefônicas: a qualidade de áudio é muito baixa, deixando você com a impressão de estar usando um walkie-talkie de baixa qualidade.

Bateria

Um dos quesitos mais positivos do Gear S3 é a duração da bateria. Caso você configure o aparelho para desligar a tela quando ele não está em uso, uma única carga pode render até cinco dias — isso usando o S Health para praticar exercícios diariamente e deixando ligado o sistema de recebimento de notificações.

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Esse tempo pode ser ainda maior caso você não use o smartwatch de maneira muito ativa. Felizmente, a recarga também não é um problema: basta deixar o gadget sobre sua base magnética conectada a uma fonte de energia durante um máximo de duas horas para obter 100% de bateria.

Vale a pena?

O Gear S3 é sem dúvida um dos smartwatches mais completos do mercado, mas parece estar longe de ser capaz de popularizar de vez a categoria. O sistema operacional Tizen já tem recursos robustos e uma boa quantidade de aparelhos, mas as ofertas realmente boas continuam se concentrando no mundo das atividades físicas.

A Samsung acertou ao investir em um acabamento luxuoso e na resistência à água e à poeira, bem como na compatibilidade com o Android e o iOS. Também chama positivamente a atenção a coroa central, que serve como um ótimo método de controle que entende as características desse tipo de produto.

Galeria 2

Caso você tenha uma vida esportiva ativa e goste de produtos com um visual bastante masculino, o gadget deve agradar. No entanto, continua decepcionando a grande dependência de um smartphone para acessar a maioria das funções disponíveis — característica que se mantém mesmo o produto sendo mais “independente” do que gerações anteriores.

Mesmo tendo características muito atraentes, o Gear S3 não conseguiu me convencer de que ter um smartwatch é algo indispensável para os dias de hoje. No entanto, quem já tem simpatia por gadgets do tipo dificilmente vai encontrar uma opção do mundo Android tão competente — isso, claro, caso você esteja disposto a pagar os R$ 2,3 mil cobrados pela fabricante no Brasil.


Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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