Irã é acusado de operação hacker que invade WhatsApp e Telegram

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

21/09/2020 - 04:302 min de leitura

Irã é acusado de operação hacker que invade WhatsApp e Telegram

Fonte :  Check Point 

Imagem de Irã é acusado de operação hacker que invade WhatsApp e Telegram no tecmundo

Um grupo de cibercriminosos sediados no Irã mantém uma operação de alta complexidade e sofisticação em andamento há seis anos, capaz até mesmo de burlar esquemas de privacidade estabelecidos por mensageiros populares. Essa é a conclusão de um estudo da empresa de segurança digital Check Point, em parceria com a organização Miaan Group.

De acordo com o jornal The New York Times, os invasores eram capazes de invadir celulares com Android, computadores e até mesmo obter acesso aos mensageiros WhatsApp e Telegram, bastante populares no país. Os alvos seriam membros de grupos opositores ao governo iraniano que residem nos Estados Unidos e na Europa, além de responsáveis por organizarem protestos no país. A ligação com o governo local não foi confirmada, mas há indícios de que as atividades seriam encomendadas.

Ao todo, quatro formas de roubar informações em PCs com Windows foram encontradas. O ataque garantia inclusive chaves de acesso ao Telegram Desktop e ao serviço de gerenciamento de senhas KeePass. No caso do Android, o golpe era feito por phishing ou aplicativos falsos, que conseguiam roubar o código de autenticação em dois fatores dos mensageiros para logar com o número das vítimas em outros dispositivos, além de espionar mensagens e ligações. 

Mensagens de um perfil que fingia ser a administração do Telegram eram usadas para roubar contas.Mensagens de um perfil que fingia ser a administração do Telegram eram usadas para roubar contas.

Ao The New York Times, o Telegram afirmou desconhecer a operação, mas reconhece que é possível que golpes via phishing resulte em invasões como essa. O WhatsApp ainda não se pronunciou sobre o caso. Segundo o relatório, os ataques são realizados desde 2014, mas estavam fora do radar de empresas de segurança digital.

O Irã é um dos países que mais realiza censura em meios digitais por causa de manifestações populares. O país já chegou a bloquear o Google e trabalha para construir uma rede interna (e controlada) para navegação, além de realizar "blecautes" na conexão durante períodos de protestos. 


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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