Clubhouse revisa a proteção de dados após encontrar falhas

Por Luiz Paulo Charleaux

15/02/2021 - 09:302 min de leitura

Clubhouse revisa a proteção de dados após encontrar falhas

Fonte :  The Verge/Reprodução 

Imagem de Clubhouse revisa a proteção de dados após encontrar falhas no tecmundo

Pesquisadores do Standford Internet Observatory (SIO) encontraram brechas na proteção de dados da rede social Clubhouse. Segundo eles, o áudio compartilhado entre os usuários pode potencialmente ser acessado pelo governo chinês.

O relatório revela que o app usa a infraestrutura de back-end fornecida pela chinesa Agora. Em destaque, o pacote de metadados dos usuários não são criptografados e as informações podem ser acessadas por terceiros.

A rede social Clubhouse possui mais de 3,6 milhões de usuários.A rede social Clubhouse possui mais de 3,6 milhões de usuários.

“Dessa forma, um intruso pode descobrir se dois usuários estão conversando entre si, por exemplo, e detectar se eles estão no mesmo canal”, explica os pesquisadores.

Além disso, foi descoberto que a Agora provavelmente teria acesso ao tráfego de áudio bruto do Clubhouse. Assim, caso o app não tenha criptografia de ponta a ponta, a companhia chinesa poderia interceptar, transcrever e armazenar os conteúdos.

O uso de um provedor chinês também implica em diversas questões, pois significa que a companhia deve cumprir a lei de segurança cibernética da China. Portanto, ela é obrigada a prestar assistência e apoio ao governo em assuntos relacionados à segurança nacional.

“Se o governo chinês determinasse que uma mensagem de áudio ameaçava a segurança nacional, a companhia seria legalmente obrigada a ajudar o governo a localizá-la e armazená-la”, destaca os pesquisadores.

O Clubhouse está banido em território chinês.O Clubhouse está banido em território chinês.

Defesa da Agora

Um porta-voz da Agora disse à Reuters que a empresa não tem acesso ou armazena dados pessoais e que não roteia tráfego de voz e vídeo gerado fora da China. Segundo ele, a função da companhia é “apenas monitorar a qualidade da rede e cobrar os clientes”.

Contudo, os pesquisadores do SIO observam que ainda é teoricamente possível que o governo chinês acesse os registros de dados. Antes do recente bloqueio, usuários chineses usavam a rede social para discutir assuntos proibidos no país.

Dessa forma, as autoridades chinesas ainda podem identificar essas pessoas. Como consequência, pode haver represálias e punições, ou até ameaças veladas.

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