'Só criminosos devem temer o Pegasus', afirma CEO do NSO Group

Por André Luiz Dias Gonçalves

23/07/2021 - 11:301 min de leitura

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Fonte :  Unsplash 

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A notícia de que o software de vigilância Pegasus tem sido usado para monitorar mais de 50 mil alvos em todo o mundo, divulgada no domingo (18), deixou muitos usuários com medo de ter o celular monitorado pela ferramenta. Mas, de acordo com o CEO do NSO Group Shalev Hulio, dono do programa, apenas quem não cumpre a lei deve temer o spyware.

"As pessoas que não são criminosas, não são os 'Bin Ladens' do mundo, não devem temer. Elas podem confiar totalmente na segurança e privacidade de seus dispositivos Google [Android] e Apple [iOS]", observou o executivo em entrevista à Forbes, na quinta-feira (22), referindo-se aos usuários comuns.

Na conversa, o cofundador da empresa israelita contestou o relatório divulgado por jornais norte-americanos e britânicos. Segundo Hulio, 50 mil pessoas seria uma quantidade "insana" de alvos para monitorar, já que o software é vendido para um grupo de 40 a 45 países, cada um deles mirando cerca de 100 celulares.

Nem mesmo os iPhones mais recentes conseguem escapar do Pegasus.Nem mesmo os iPhones mais recentes conseguem escapar do Pegasus.

Ele também negou que a sua companhia esteja envolvida na tentativa de invasão do smartphone do presidente da França Emmanuel Macron e de outras autoridades do país. Apesar disso, afirmou não ter como monitorar o que os clientes fazem com a ferramenta, ficando assim livre de qualquer responsabilidade pelas ações de terceiros.

Detecção de abusos

Criticado pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) Edward Snowden e pelo CEO do Telegram Pavel Durov, Hulio defendeu a utilização do Pegasus. Conforme o executivo, o spyware é essencial para auxiliar governos na captura de terroristas, pedófilos e outros criminosos perigosos.

Questionado sobre possíveis abusos na utilização da ferramenta, que não estaria rastreando apenas agentes fora da lei, ele contou que o NSO tem meios de frear o programa. Ao detectar o uso indevido do recurso, a companhia cita que pode acionar um interruptor, desativando o software espião.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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