Presidente da SaferNet tem notebook invadido pelo spyware Pegasus

Por André Luiz Dias Gonçalves

07/12/2021 - 14:001 min de leitura

Presidente da SaferNet tem notebook invadido pelo spyware Pegasus

Fonte :  Shutterstock 

Imagem de Presidente da SaferNet tem notebook invadido pelo spyware Pegasus no tecmundo

O presidente da ONG SaferNet Brasil Thiago Tavares disse nessa segunda-feira (6) que teve o computador invadido pelo malware Pegasus, utilizado para espionar ativistas, jornalistas, advogados e políticos em diferentes regiões do mundo. A informação está em uma carta divulgada por ele, segundo a Folha de S.Paulo.

Nela, Tavares conta que começou a sofrer ameaças de morte após ter participado de um evento organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro, relacionado a campanhas de ódio e desinformação. A entidade liderada por ele atua na promoção e defesa dos direitos humanos na internet do Brasil.

Conforme a SaferNet, evidências de que o dispositivo foi comprometido pelo spyware israelense surgiram na última quinta-feira (2). Um dia depois, a ONG compartilhou o laudo técnico do notebook com a Apple, fabricante do aparelho, e pediu ajuda a ela pelo Twitter, para remover o programa criado pelo NSO Group.

O Pegasus é capaz de oferecer acesso total ao dispositivo infectado, remotamente.O Pegasus é capaz de oferecer acesso total ao dispositivo infectado, remotamente.

Famoso por invadir aparelhos Android e até mesmo os iPhones com versões mais recentes do iOS, o Pegasus aproveita brechas nos dispositivos para se instalar. Trabalhando anonimamente, ele tem acesso às mensagens, localização, galeria de imagens e outros dados, além de permitir ativar microfones e câmeras remotamente.

Exílio na Alemanha

A invasão do notebook pelo Pegasus, somada às ameaças de morte e o sequestro relâmpago de um funcionário da SaferNet, entre outros acontecimentos recentes, levaram Tavares a fazer um "exílio voluntário" na Alemanha. Em um dos trechos da carta, ele explicou que ficará fora do país até o esclarecimento dos fatos.

O Ministério Público e a Polícia Federal foram notificados do caso, mas ainda não se pronunciaram. A Apple também não comentou sobre o pedido de ajuda, mas já processou a desenvolvedora israelense, tentando responsabilizá-la pelas invasões.

Em novembro, o NSO Group foi colocado em uma lista de empresas proibidas pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, devido aos "riscos de segurança" causados pelo spyware.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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