A IA 'não se importa tanto com a gente', afirma especialista em tecnologia

Por André Luiz Dias Gonçalves

20/09/2024 - 12:222 min de leitura

A IA 'não se importa tanto com a gente', afirma especialista em tecnologia

Fonte : Getty Images/Reprodução

Muitas pessoas acreditam que a inteligência artificial pode representar riscos para o futuro da humanidade, mas esse não parece ser o caso do especialista em segurança da informação e tecnologia, Mikko Hyppönen. Para ele, a IA não estaria interessada em interferir na vida dos humanos.

Uma das maiores autoridades do mundo em tecnologia, o finlandês abordou o assunto durante sua palestra na 10ª edição do Mind The Sec, maior evento de cibersegurança da América Latina. A apresentação do autor de best-sellers aconteceu no Transamérica Expo Center, em São Paulo, na quinta-feira (19).

Mikko Hyppönen foi um dos palestrantes da edição 2024 do Mind The Sec, em São Paulo.
Mikko Hyppönen foi um dos palestrantes da edição 2024 do Mind The Sec, em São Paulo.

“Não acho que a IA se importa com a gente, a IA não quer saber muito o que a gente está fazendo”, afirmou Hyppönen, em referência à possibilidade de introdução de sistemas inteligentes com capacidade de superar os humanos. Para ele, o desafio está em garantir que a tecnologia seja segura e alinhada com os objetivos de quem a constrói.

Em outro momento da palestra durante o Mind The Sec, o chefe de pesquisa da WithSecure disse acreditar que a “inteligência superior” trataria as pessoas da mesma forma com que tratamos os animais. Neste caso, ele se refere a uma ferramenta de IA com maior capacidade que os humanos.

Previsões para o futuro da IA

Ao longo da apresentação, o escritor com artigos publicados no The New York Times, Scientific American e Wired, também comentou sobre o futuro da IA e suas implicações em diversos segmentos da sociedade. De acordo com o pensador, estamos vivendo atualmente o “hype da IA”.

Mas o integrante do conselho consultivo da Europol aponta que as empresas em destaque no momento, nesta área, provavelmente não estarão tão em evidência no futuro. O finlandês abordou, ainda, o sucesso da IA em segmentos como o da indústria musical, contudo prevê que a tecnologia não terá o mesmo êxito nos games e no cinema.

Por fim, Hyppönen lembrou dos grandes avanços do poder computacional, comparando os smartphones de hoje com os supercomputadores que eram notícia 20 anos atrás, e sugeriu que a IA generativa terá o mesmo destino de outras tecnologias. Ou seja, ela trará benefícios, mas será preciso saber lidar com as suas vulnerabilidades.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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