Gemini é pego bisbilhotando documentos pessoais sem autorização

Por Igor Almenara Carneiro

15/07/2024 - 11:312 min de leitura

Gemini é pego bisbilhotando documentos pessoais sem autorização

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O Gemini foi acusado de escanear arquivos PDF guardados no Google Drive sem autorização dos usuários, apontou um especialista em IA no X (ex-Twitter). O assistente virtual com inteligência artificial estaria resumindo documentos de forma automática, mesmo quando o recurso está desabilitado.

O comportamento irregular foi detectado quando o especialista conhecido como Kevin Bankston (@KevinBankston, no X) foi editar um documento pessoal no Google Docs. Ele afirma que, sem pedir, o Gemini ofereceu uma versão resumida do arquivo, já inteiramente pronta.

Porém, o arquivo em questão era pessoal, e Bankston não pretendia acionar a IA do Google. Portanto, o modelo do Google analisou e processou o arquivo sem a autorização do usuário.

"Acabei de acessar minha declaração de renda no Google Docs e, espontaneamente, o Gemini a resumiu. Então, o Gemini está ingerindo automaticamente até mesmo os documentos privados quando eu abro no Google Docs?", questionou Bankston na publicação.

Na thread original, o especialista conta todo o processo para tentar encontrar a opção para desabilitar o recurso — e nem mesmo o Gemini deu o caminho certo. Ele encontrou a configuração da função de "Resumir documentos", mas notou que ela já estava desabilitada.

Após investigação aprofundada, Bankston percebeu que o erro começou a acontecer após apertar o botão do Gemini em pelo menos um documento, assim acionando a IA no Google Docs. Depois disso, todo arquivo daquele mesmo formato vai acionar os recursos do modelo do Google.

Outra teoria levantada pelo usuário é a participação no Workspace Labs. Bankston descobriu que estava cadastrado como testador desde 2023, e essa participação possivelmente se sobrepôs às configurações normais do assistente.

Qual o problema do resumo automático?

Para fazer resumos de documentos, o Gemini precisa "digeri-los". O processo implica em pegar o documento, enviá-lo para os servidores do Google, e então devolver a resposta pronta, tal como se fosse um comando em texto.

Contudo, esse comportamento automático não é interessante para documentos pessoais, já que podem conter informações sensíveis que o usuário não deseja compartilhar com a IA.

O fato de a opção para desativar a função não estar acessível também reforça um problema: o usuário que não deseja ter a função habilitada terá dificuldade para descobrir como desligá-la.

Até o momento, o Google não se manifestou sobre o assunto. Sendo assim, é impossível dizer se a IA realmente bisbilhota documentos pessoais sem ser acionado por usuários, ou se isso foi um engano provocado por Bankston.




Por Igor Almenara Carneiro

Especialista em Redator

Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.


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