Deputada americana que perdeu a voz usa IA para fazer discurso; veja

Por André Luiz Dias Gonçalves

31/07/2024 - 10:152 min de leitura

Deputada americana que perdeu a voz usa IA para fazer discurso; veja

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A deputada americana Jennifer Wexton realizou na última quinta-feira (25) um discurso histórico, se tornando a primeira legisladora dos Estados Unidos a usar um modelo de inteligência artificial para falar por ela. A democrata perdeu a capacidade de fala após ser afetada por um distúrbio neurológico raro.

Quando foi diagnosticada com a paralisia supranuclear progressiva (PSP), no ano passado, Wexton acreditou que nunca mais ouviria sua voz, pois a doença afetou o volume e a clareza de sua fala. No entanto, um sofisticado app de conversão de texto em fala permitiu que ela voltasse a se comunicar quase da mesma forma que antes.

Desenvolvido pela EvenLabs, especializada em síntese de fala com som natural, o software alimentado por IA generativa foi treinado com gravações antigas de discursos feitos pela deputada do estado da Virgínia. Dessa forma, a tecnologia conseguiu clonar a voz de Jennifer.

“Eu costumava ser uma daquelas pessoas que odiava o som da minha voz. Quando meus anúncios apareciam na TV, eu me encolhia e mudava de canal. Mas você realmente não sabe o que tem até perder, porque ouvir a nova IA da minha antiga voz pela primeira vez foi música para meus ouvidos. Foi a coisa mais linda que já ouvi”, afirmou Wexton, no discurso.

Como funciona o mecanismo?

Para a geração da voz de Jennifer Wexton com IA, a congressista precisa digitar o que deseja falar no app, no tablet que a acompanhou durante o discurso no plenário da Câmara. Ao finalizar a digitação, ela dá o comando para iniciar a conversão do texto em fala.

Na sequência, a inteligência artificial coloca todo o texto na voz da deputada, como se ela realmente estivesse falando. A tecnologia também tem sido utilizada pela congressista em outros compromissos públicos, inclusive em entrevistas.

Wexton agora quer aproveitar a visibilidade para lutar pela acessibilidade no país. “Espero poder ser uma voz — até mesmo uma voz da IA — para os americanos que enfrentam desafios de acessibilidade e outras deficiências. Muitas vezes, as pessoas só nos veem por causa dessa deficiência e, na verdade, somos muito mais”, escreveu ela, no X.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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