John Carmack está desconfiado quanto ao poder do Tegra K1

Por Felipe Gugelmin Valente

21/02/2014 - 02:472 min de leitura

John Carmack está desconfiado quanto ao poder do Tegra K1

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Imagem de John Carmack está desconfiado quanto ao poder do Tegra K1 no site TecMundo

(Fonte da imagem: Reprodução/ExtremeTech)

Ao apresentar o Tegra K1 ao mundo, a NVIDIA surpreendeu muitos ao mostrar que o novo chip possui um poder impressionante, que chega a rivalizar o de computadores com hardwares medianos. No entanto, ao menos uma pessoa não se deixou convencer pelo que foi apresentado pela empresa: John Carmack, conhecido pela série Doom e por suas contribuições à tecnologia Oculus Rift.

Em sua conta pessoal no Twitter, Carmack afirmou que é preciso interpretar as informações divulgadas pela companhia de maneira bastante cuidadosa. Ou seja, pode não ser exatamente verdade a alegação da NVIDIA de que a maioria dos títulos do Xbox 360 e do PlayStation 3 podem ser adaptados facilmente a aparelhos que possuem o novo chipset instalado.

Embora a fabricante tenha o costume de utilizar comparações pouco precisas durante a divulgação de seus produtos, o fato é que companhias como a Sony e a Qualcomm divulgaram recentemente hardwares que prometem realizar tarefas semelhantes. Isso leva a crer que as críticas de Carmack se relacionam mais aos números divulgados pela NVIDIA do que às possibilidades reais oferecidas pelo Tegra K1.

O Tegra K1 possui o mesmo desempenho que consoles?

Embora a contagem de FLOPs do novo chip seja muito mais alta do que a do Xbox 360 e o PlayStation 3, sua taxa de preenchimento de texturas e a banda disponível para a memória são significantemente menores. No entanto, a arquitetura do chip se mostra mais eficiente do que a dos antigos consoles, e o uso do DirectX 11 oferece diversas capacidades no campo da eficiência que o DirectX 9 (base para as velhas plataformas) simplesmente não possui.

(Fonte da imagem: Reprodução/ExtremeTech)

Também é preciso levar em conta as resoluções utilizadas em dispositivos portáteis, que sofrem bastante com restrições de banda. Uma maneira de igualar plataformas do tipo a consoles seria renderizar conteúdos a 720p e promover seu upscale para que eles rodem em resolução 1080p (ou superior). Além disso, também é possível usar tecnologias mais eficientes de compressão de texturas para reduzir a carga de dados enviados e aumentar a performance geral do hardware.

Contra a NVIDIA, há o fato de que a empresa até o momento não divulgou a velocidade de clock utilizada pelo Tegra K1, tampouco especificou se o desempenho prometido é possível em tablets, smartphones ou aparelhos mais específicos como o Shield. Também é preciso levar em consideração o fato de que a adaptação de títulos lançados para consoles para a arquitetura ARM não é exatamente fácil — isso sem contar com o fato de que muitos jogos precisariam rever totalmente seus sistemas de controle para se adaptar a telas sensíveis ao toque.

Tudo leva a crer que as declarações da companhia têm mais a ver com questões econômicas do que com o desempenho real do novo chip — que, se não deve oferecer exatamente a mesma experiência vista em consoles da sétima geração, ao menos provou que se aproxima muito deles. Assim, mesmo que o novo chipset não traga gráficos dignos do PS3 ou Xbox 360 a dispositivos portáteis, só o fato de já haver uma aproximação entre esses dois mundos é suficiente para a indústria como um todo ter motivos para se animar.


Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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