Análise em progresso: Persona 5 é a sequência que todos queríamos

Por Reinaldo Alexander Franco Zaruvni

06/04/2017 - 14:354 min de leitura

Análise em progresso: Persona 5 é a sequência que todos queríamos

Fonte : PlayStation

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Alguns jogos demoram para sair, mas a espera vale a pena. Serei bem sincero: não sou o maior fã de Persona que existe por aí; nunca busquei pelo universo estendido ou joguei os mais antigos e undregrouds títulos da franquia. Contudo, todas as minhas dezenas de horas em Persona 3 e Persona 4 foram suficientes para me encantar pela série.

Porém, confesso: jogar Persona 3 em 2006 foi lindo e ter contato com Persona 4 em 2012 no Vita foi ainda melhor, mas jogar no fim do ano passado mostrou que a idade o tornou um pouco datado. Ao me deparar com Persona 5, tive uma experiência incrível e senti como se tivesse experimentando a franquia pela primeira vez de novo.

undefinedPersona 5

Até agora, Persona 5 está encantador. Se você já jogou algum game da série e gostou muito, o quinto jogo traz todos os elementos que fazem a obra ser tão boa de maneira acentuada e no cúmulo. O novo título da Atlus é mais do que um jogo, é uma experiência, quase episódica, de uma história colegial fantasiosa japonesa, que mais parece um anime de altíssima qualidade.

Sem sombra de dúvidas, o melhor Persona até hoje

Absolutamente tudo foi refinado em relação aos seus antecessores. Persona 5 saiu do cenário rural do quarto game e chegou à cidade grande: uma Tóquio recheada de conteúdo para fazer e passar o tempo. O grande charme da franquia desde o terceiro título é conciliar a rotina de um estudante com a vida de “aventuras” em um metaverso cheio de demônios (na verdade, eles se chamam “Sombras”).

A história, que usa o tema “liberdade” ou “recuperação”, é requintada e com o tempero certo: não é rebuscada, mas utiliza uma simplicidade da forma certa para empolgar e entreter. Nós controlamos um personagem que está em condicional e deve terminar o colegial sem se meter em encrencas, coisa que não acontece. Para animar ainda mais, o ritmo de progressão beira a perfeição, principalmente no começo, que não demora a nos apresentar tudo o que o título tem a oferecer.

undefinedA jogabilidade é muito equilibrada e traz todos os elementos na medida certa

Dessa vez, o protagonista tem um plano de fundo muito mais detalhado e rico, apesar de ainda se comportar como um avatar do jogador. Isso cria uma identidade maior com a trama, tornando o que já é bom muito mais interessante. Até o momento, o enredo foi capaz de me prender na cadeira por horas e horas ininterruptas, até mesmo nos momentos mais triviais. Os personagens, que começam de forma estereotipada e bem rasa, vão se desenvolvendo e se tornando complexos cada vez mais, algo muito gratificante e interessante de presenciar.

O ritmo está muito mais balanceado e gostoso de experienciar, tornando Persona 5 a melhor entrada da série

Todos os elementos da franquia foram refinados e aprimorados: há mais atividades para fazer na cidade, os locais estão maiores e mais exploráveis, as dungeons estão absurdamente mais criativas e com pontos de controle (adeus, dungeons aleatórias de Persona 4) e o level design é soberbo. Se tinha algo para melhorar, Persona 5 fez.

A vanguarda do JRPG? Certamente

Apesar de manter a estrutura raiz, com turnos e todos os elementos clássicos, Persona 5 não teve medo de se modernizar. Muitos elementos dos primeiros títulos e da série Shin Megami voltaram, como extorquir os inimigos para capturá-los, ganhar itens ou dinheiro e até mesmo o uso de armas de fogo, que contam com um comando exclusivo para tal. A tática é sempre necessária e a dificuldade alta está sempre presente. Se você é um marinheiro de primeira viagem, não se aventure no modo hard.

undefinedO combate foi refinado e antigos elementos voltaram para a nossa alegria

Como a Atlus é esperta, não mexeu em time que está ganhando. Toda a ligação balanceada e tênue entre a rotina de colegial e a invasão à metaversos distorcidos foi levada ainda mais a sério. Todas as suas atitudes como “civil” refletem nos seus status e atributos como “guerreiro”, tornando tanto um quanto o outro experiências extremamente divertidas e com um ritmo ainda melhor. Diferente de Persona 4, as dungeons estão presentes quase em uma divisão metade/metade.

As dungeons procedurais agora são opcionais, o level design é soberbo e o combate foi completamente refinado

Optar por dungeons procedurais paralelas é outro elemento muito bem-vindo e que completa perfeitamente a jogabilidade de quem busca grindar e focar mais no combate. A parte mais legal é que tudo, tudo mesmo, é contextualizado com a história, o que nos leva para o próximo ponto: a imersão.

Uma aventura episódica de grande imersão, mas com um porém

O maior e mais impressionante trunfo de Persona 5 é a capacidade de imergir o jogador em um mundo paralelo. Se você é fã da cultura japonesa assim como eu, é embasbacante a qualidade da atmosfera em que somos incluídos. Sem brincadeira ou exageros: eu me sinto parte de um anime episódico de longa duração. Eu não vejo uma representação de um personagem na tela: eu me vejo em uma aventura incrível.

Sabe, são poucos os títulos que conquistam tamanha façanha. Tudo isso é graça à atenção aos detalhes, que vão desde as atividades extracurriculares da escola até a própria rotina estudantil: participar de clubes, interagir ativamente nas aulas e provas, sair com amigos e gastar um tempo com trabalhos de meio período constroem um universo nipônico e absurdamente imersivo em que é muito fácil passar horas.

undefinedA rotina de estudante é tão encantadora quanto as dungeons bem construídas

A grande sacada está na simplicidade do game: apesar de contar com muitas mecânicas complexas, no final das contas, o combo geral é simples. Diferente de The Witcher 3 e outros RPGs densos, nos quais realizar uma única missão pode durar horas, Persona é dividido em um calendário comum. E acredite: passar cada dia é rápido e gratificante como uma conquista. Terminar a rotina de um único dia é recompensador e não demanda muito tempo, quase como um episódio de anime bem curtinho.

Há pequenas ressalvas que atrapalham um pouco, mas a legenda em inglês, especificamente aqui, pode travar ligeiramente a experiência para alguns

Contudo, vai um aviso: apesar de Persona 5 ter pequenas ressalvas que, de uma forma geral, não atrapalham em nada, há um aspecto negativo que pode ser bem subjetivo, mas que desta vez pesa mais: as legendas são apenas em inglês. Mesmo eu, redator aqui do TecMundo Games e que lê textos em inglês todos os dias para formular matérias, me deparei com palavras incomuns e alguns trechos de inglês arcaico. Entender o enredo principal é relativamente fácil, mas às vezes pode ser um desafio participar e responder às atividades escolares. Vai de cada um, mas fica a recomendação: é bom ter um tradutor do lado de vez em quando.

Estou com algumas dezenas de horas e apenas uma das sete dungeons do jogo completas no momento, mas não estou nem um pouco cansado ou enjoado. O ritmo leve e bem cadenciado é quase perfeito no universo de RPG. De qualquer forma, essa é apenas a nossa análise em progresso e o review completo do TecMundo Games sai na semana que vem! E você, está gostando do jogo?

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Fontes

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