Zelda: nem Miyamoto gostava da Navi em Ocarina of Time

Por Rodrigo Estevam Barbosa

27/01/2022 - 05:002 min de leitura

Zelda: nem Miyamoto gostava da Navi em Ocarina of Time

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Imagem de Zelda: nem Miyamoto gostava da Navi em Ocarina of Time no tecmundo

Uma das experiências mais irritantes do Nintendo 64 curiosamente era causada por um dos melhores jogos do console — e, pelo visto, o próprio criador do game em questão concorda com os jogadores.

Em uma conversa publicada em 1999, mas que só agora chegou à internet, Shigeru Miyamoto admitiu não gostar de Navi, a fadinha que acompanha Link em The Legend of Zelda: Ocarina of Time. O bate-papo foi impresso em um guia de estratégia no finalzinho da década de 1990 e traz algumas observações e considerações do lendário criador de games japonês.

Criada como um sistema de dicas para auxiliar com sugestões ao longo da jogatina, Navi é vista por Miyamoto como "pouco amigável". Ele acredita, porém, que buscar a criação de um sistema perfeito capaz de dar as melhores dicas para os jogadores seria como afundar os desenvolvedores em um buraco.

O mestre japonês também afirmou que seu time deixou a fadinha "estúpida" de propósito. "Se você ler os textos da Navi, [vai perceber que] ela fala a mesma coisa o tempo todo", disse o criador de Zelda sobre a irritante fadinha e suas vagas dicas contextuais. "Eu sei que soa mal, mas nós a deixamos em um nível 'estúpido' de propósito", revelou.

Segundo ele, tentar fazê-la mais "sofisticada" tornaria a estupidez das sugestões ainda mais perceptível. "A verdade é que eu queria remover todo o sistema [de dicas], mas isto teria sido ainda menos amigável para os jogadores", admitiu. Para o desenvolvedor, Navi funciona bem "para jogadores que pararam de jogar por um mês, e então voltam para o jogo e querem lembrar o que devem fazer".

A conversa, que na realidade rolou mais de 20 anos atrás, também aborda temas como a dificuldade das batalhas, a migração do mundo 2D para o 3D e a criação de masmorras mais complexas e elaboradas.

Miyamoto também falou sobre como seu time queria deixar Ocarina of Time com uma "vibe" de Zelda, o que, segundo ele, significa ter "armadilhas e quebra-cabeças que, quando solucionados, fazem o jogador pensar 'ah, agora sim isso é um jogo da série Zelda'". Além disso, segundo ele, um título da série precisa ter "novidade, mistério" além de "uma certa qualidade inimitável".

The Legend of Zelda: Ocarina of Time foi lançado originalmente para Nintendo 64 em 1998. Um meio termo entre remake e remaster do jogo foi lançado para o Nintendo 3DS com a chegada de Ocarina of Time 3D, enquanto a versão original do título pode ser encontrada hoje no serviço por assinatura Nintendo Switch Online + Pacote Adicional.

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Por Rodrigo Estevam Barbosa

Especialista em Redator

Jornalista de games, tech e entretenimento desde 2011. Tem passagem por vários portais e revistas, cobrindo eventos nacionais e internacionais. Desde 2021 escreve para o Voxel, TecMundo e MegaCurioso.


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