Activision: sindicato não ajuda a fazer grandes games, diz executivo

Por Rodrigo Estevam Barbosa

01/02/2022 - 10:442 min de leitura

Activision: sindicato não ajuda a fazer grandes games, diz executivo

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Imagem de Activision: sindicato não ajuda a fazer grandes games, diz executivo no tecmundo

Em vias de ser adquirida pela Microsoft, enquanto ainda caminhas com as próprias pernas, a Activision Blizard parece não cansar de passar vergonha na internet. Não bastassem as inúmeras denúncias e o descaso com o bem estar de seus funcionários, a gerência agora parece estar tentando minar os esforços de sindicalização dos colaboradores.

Em uma captura de tela compartilhada por Jessica Gonzalez, fundadora e organizadora do grupo ABetterABK, é possível ver um dos executivos de alto escalão da empresa minimizando a ideia de seus funcionários juntarem-se em um sindicato.

Como você pode ver abaixo (em inglês), Christian Arends, o Vice-Presidente de Garantia de Qualidade da Activision Blizzard, enviou uma mensagem no Slack, uma plataforma de comunicação empresarial, falando sobre a sindicalização.



Em um dos trechos mais absurdos da mensagem, Arends diz que sindicatos não oferecem estabilidade de emprego. Para ele, o que realmente permite ter essa estabilidade é criar bons jogos. "Um sindicato não faz nada para nos ajudar a criar jogos de sucesso, e o processo de acordo coletivo geralmente não é rápido, muitas vezes reduz a flexibilidade e pode ser contraditório e levar a opinião pública negativa", disse o executivo.

Ele afirma que tudo é mais fácil se os funcionários não fizerem parte de um sindicato, já que todo o processo de negociação e acordo poderia então ser feito direto entre empresa e empregado. Quando um sindicato é envolvido, segundo Arends, "muitas vezes pode levar meses ou anos até que seja feito um acordo coletivo de trabalho". Para ele, "uma empresa sindicalizada não pode agir rápido por conta própria se o sindicato não concordar com sua posição".

Mais uma vez, a empresa infelizmente demonstra priorizar interesse da empresa — ou melhor, das pessoas no comando da empresa. Já o bem-estar de seus funcionários, que buscam a sindicalização como uma forma de talvez conseguir melhores condições de trabalho, se levado em consideração, fica apenas em segundo plano.


Por Rodrigo Estevam Barbosa

Especialista em Redator

Jornalista de games, tech e entretenimento desde 2011. Tem passagem por vários portais e revistas, cobrindo eventos nacionais e internacionais. Desde 2021 escreve para o Voxel, TecMundo e MegaCurioso.


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