Aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft é aprovada no Brasil

Por Rodrigo Estevam Barbosa

06/10/2022 - 04:422 min de leitura

Aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft é aprovada no Brasil

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O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) publicou na noite desta quarta (5) um parecer aprovando a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft "sem restrições".

A transação multibilionária tem sido constantemente questionada pela Sony, que vem alegando haver a possibilidade de que a compra da publisher pela MS poderia acarretar em prejuízos ao mercado — e, é claro, aos jogadores do PlayStation. Mesmo com a promessa de a Microsoft continuar lançando CoD no PlayStation, a empresa teme perder clientes para a concorrente, afirmando que "Call of Duty é tão popular que influencia a escolha do console pelos usuários".

Mas, pelo visto, o CADE tem opinião bastante diferente. O órgão brasileiro afirmou em documento que a integração da Activision Blizzard, seus estúdios e seu catálogo de jogos à Microsoft não apresenta "riscos significativos à concorrência".

Segundo o CADE, ainda que Call of Duty seja extremamente popular, caso a série deixe de ser lançado no PlayStation os jogadores ainda "poderiam decidir migrar para o Xbox, ou mesmo para um PC, para continuar tendo acesso aos jogos da franquia". Ou seja, o órgão não vê a aquisição como um potencial monopólio. Outra opção para estes usuários fiéis à plataforma da Sony seria " simplesmente abandonar a série, migrando sua demanda para outros jogos disponíveis em seu console favorito".

Além disso, o texto reforça que a função do Conselho Administrativo de Defesa Econômica é proteger a "concorrência enquanto meio de promover o bem-estar do consumidor brasileiro, e não a defesa de interesses particulares de concorrentes específicos" — fazendo clara alusão às solicitações da Sony. Caso o jogador opte por deixar o PlayStation para jogar CoD no Xbox, o CADE "não acredita que tal possibilidade represente, por si só, um risco à concorrência no mercado de consoles como um todo".

O documento também atenta para o fato de que "conteúdo exclusivo é, e sempre foi, importantíssimo para a dinâmica competitiva no segmento de consoles", apontando para esta estratégia de exclusividade de títulos usada pelo PlayStation e pela Nintendo. Segundo a análise do CADE, o lançamento de games exclusivos é "um dos principais fatores responsáveis por posicionar o PlayStation como líder do mercado mundial de consoles ao longo de mais de duas décadas, liderança esta que perdura até hoje".

Por outro lado, a Microsoft "atualmente parece estar vendendo menos consoles que as duas concorrentes em âmbito mundial" e vem buscando reforçar sua divisão de games com a aquisição de estúdios e publishers. O objetivo, de acordo com o CADE, seria "robustecer o conteúdo do Xbox e do Game Pass, de modo a tornar seus produtos e serviços mais atraentes para os consumidores".

Por fim, para bater de vez o martelo, o texto reforça que a Big N vive muito bem sem depender de jogos da Activision Blizzard. Além disso, a posição privilegiada da Sony no mercado seria mais do que suficiente para "manter a competitividade do PlayStation em um possível cenário pós-Operação, mesmo diante de eventual perda do acesso ao conteúdo da Activision Blizzard".


Por Rodrigo Estevam Barbosa

Especialista em Redator

Jornalista de games, tech e entretenimento desde 2011. Tem passagem por vários portais e revistas, cobrindo eventos nacionais e internacionais. Desde 2021 escreve para o Voxel, TecMundo e MegaCurioso.


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