Ex-funcionário da Yahoo afirma que avaliações da empresa discriminam homens

Por Felipe Gugelmin Valente

05/02/2016 - 11:142 min de leitura

Ex-funcionário da Yahoo afirma que avaliações da empresa discriminam homens

Fonte : The New York Times/Laura McDermott

Ex-gerente da Yahoo!, Gregory Anderson está processando sua antiga empregadora alegando ter sido alvo de uma cultura corporativa discriminatória contra homens. Segundo ele, o processo de Avaliações Trimestrais de Performance (QPR) usado pela companhia favorece mulheres — além disso, ele afirma que os funcionários da companhia estão sendo demitidos sem qualquer espécie de aviso.

Anderson era o diretor editorial das seções de Automóveis, Casas, Compras, Pequenos Negócios e Viagens da Yahoo! até ser demitido em 2014. Segundo ele, entre 2012 e 2015 a organização reduziu sua força de trabalho em 30%, o que constitui uma demissão em massa — segundo as leis federais dos Estados Unidos, a empresa deveria emitir um alerta prévio de 60 dias às pessoas demitidas antes de encerrar seus contratos de trabalho.

Ele também afirma que seus supervisores — Kathy Savitt, responsável pelo departamento de marketing, em particular — favoreciam mulheres no ambiente de trabalho. Quando Anderson começou a realizar seu trabalho, menos de 20% dos gerentes em cargos altos da empresa eram do sexo feminino, taxa que passou a ser de 80% três anos depois (segundo o processo).

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“Savitt expressou publicamente apoio ao aumento da participação feminina na mídia e contratou e promoveu intencionalmente mulheres por causa do seu gênero, ao mesmo tempo em que demitia, demovia ou deixava partir empregados homens por causa de seu sexo”, afirmou o advogado de Anderson.

Tratamento injusto

O ex-gerente também afirma que a companhia permitia que mulheres tivessem mais tempo de procurar outros empregos, enquanto homens eram demitidos imediatamente. O sistema de avaliação do Yahoo! usa diferentes pontuações para medir o desempenho de um funcionário, o que significa que é possível que aja empates entre pessoas “na linha de corte”.

Segundo Anderson, quando isso acontecia, os homens sempre eram os escolhidos para serem mandados embora. “O processo QPR é opaco e os empregados não sabem quem está fazendo as decisões finais, quais números estão sendo associados por quem e o motivo pelo qual esses valores são alterados”, afirma o processo aberto por Anderson.

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“A manipulação do processo permitia que decisões envolvendo empregados, incluindo demissões, fossem decididas com base em preconceitos e estereótipos pessoais”, complementa o documento. O profissional argumenta que sua avaliação era alta até o momento em que ele pediu uma licença em 2014 para estudar na Universidade de Michigan — poucos meses depois, ao retornar, ele foi informado por Megan Liberman (chefe de sua chefe) que ele estava entre os 5% de funcionários mais mal avaliados e que seu contrato seria encerrado.

Em seu processo, Anderson afirma que houve vários motivos para sua demissão, nenhum deles relacionado a seu desempenho. Ele afirma que reclamou a um gerente sobre o impacto injusto do processo QPR sobre as pessoas sob sua supervisão e relatou uma tentativa de um empregado suborná-lo para diminuir a avaliação de outra pessoa.

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Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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