A mudança climática é um problema real que afeta o mundo inteiro, com impactos tanto no clima da Terra quanto na sociedade humana. Além de provocar alterações climáticas globais, essas mudanças podem reduzir a economia mundial em até 40%. É o que explica um novo estudo sobre o tema.
Em um artigo publicado na revista científica Environmental Research Letters, uma equipe de pesquisadores analisou os possíveis danos que as mudanças climáticas podem causar à economia global. Eles sugerem que diversos fatores contribuem para esse cenário, como secas e tempestades que afetariam colheitas de alimentos.
Para realizar essa análise, a equipe utilizou dados sobre os impactos que as mudanças climáticas podem causar no PIB global.
Normalmente, os modelos que preveem essas consequências utilizam dados regionais, que nem sempre são aplicáveis a outras regiões. Porém, os pesquisadores do novo artigo corrigiram três modelos para entender como um país seria afetado pela economia global diante das mudanças climáticas.
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“Projeções de danos macroeconômicos de futuras mudanças climáticas tendem a sugerir impactos leves a moderados. Isso pode levar a políticas climáticas ótimas em termos de bem-estar em modelos de avaliação integrada (IAMs) que recomendam reduções de emissões muito lentas nas próximas décadas, em nítido contraste com as ambições do Acordo de Paris”, é descrito na introdução do estudo.
Economia global e mudanças climáticas
Enquanto a maioria das pesquisas semelhantes aponta que um aumento de 4 °C na temperatura pode reduzir a economia global entre 7% e 23%, o novo estudo prevê que a queda pode chegar a 40%. Antes desse cenário extremo, a projeção média é de uma redução de 11%.
Os pesquisadores também explicam que modelos anteriores sugeriam que a Rússia e partes da Europa poderiam se beneficiar do aumento das temperaturas. Mas os novos dados indicam que, diante de um impacto global, todos os países seriam afetados.
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Para evitar esse cenário, os especialistas destacam que é preciso adotar várias medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Só assim será possível estabilizar o aumento da temperatura média global. O estudo recomenda que o aquecimento do planeta não ultrapasse a média de 1,7 °C.
Em uma publicação no site The Conversation, o professor de Economia e coautor do estudo, Timothy Neal, explica que a análise se concentrou em dados do PIB global per capita para entender como a sociedade seria impactada. Segundo ele, uma coisa ficou evidente: o aquecimento do planeta pode, de fato, afetar a economia em escala mundial.
“Nossos resultados destacam a necessidade de integrar, de forma muito mais consistente, a modelagem econométrica com o conhecimento da ciência do clima sobre eventos extremos, para garantir que os custos das mudanças climáticas não sejam subestimados”, o estudo acrescenta.
Secas prolongadas, tempestades mais intensas e colheitas comprometidas: os impactos da crise climática vão muito além do meio ambiente. Quer saber mais? Entenda melhor como a crise climática vai afetar o seu bolso. Até a próxima!