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Como estão Hiroshima e Nagasaki 80 anos depois das bombas atômicas dos EUA?

As duas cidades japonesas foram devastadas com as explosões dos artefatos nucleares lançados em agosto de 1945 pelos EUA.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

07/08/2025, às 08:45

Atualizado em 07/08/2025, às 13:06

Moradores de várias cidades japonesas fizeram um minuto de silêncio na manhã de quarta-feira (06) em homenagem às vítimas da bomba atômica de Hiroshima, tragédia ocorrida há 80 anos. Na ocasião, cerca de 140 mil pessoas morreram em decorrência do calor e da radiação da explosão, que devastou a região.

Um segundo artefato nuclear foi lançado pelos Estados Unidos três dias depois em Nagasaki, resultando novamente em uma grande destruição e aproximadamente 80 mil mortes. Ainda naquele mês, o Japão anunciou sua rendição, confirmada no dia 2 de setembro de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim.

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Hiroshima destruída após a explosão da bomba atômica em 1945. (Imagem: Getty Images)

Como ficou e como está Hiroshima atualmente?

Depois de um ultimato ao Japão, exigindo a rendição do país asiático, o então presidente americano, Harry Truman, disse que a nação inimiga enfrentaria “destruição total” em caso de negativa. No dia 6 de agosto de 1945, ele ordenou o disparo da bomba “Little Boy”.

  • Às 8h15, o artefato de urânio-235 explodiu a 600 m acima do solo, gerando uma força equivalente a 15.000 toneladas de TNT;
  • Imediatamente, uma onda de calor de 4.000ºC se espalhou por um raio de aproximadamente 4,5 km;
  • A temperatura altíssima matou dezenas de milhares de pessoas rapidamente, marcando as sombras de algumas das vítimas em paredes e calçadas que podem ser vistas até hoje, como efeito do calor e da luz radiante;
  • Cerca de 60 mil edifícios foram danificados ou totalmente destruídos, o equivalente a dois terços da cidade.

Algumas dias depois da detonação, o município foi atingido por um tufão que causou mais destruição e mortes. A reconstrução começou por volta de 1949 com o auxílio do governo nacional, incluindo a criação de monumentos como o Parque Memorial da Paz, que fica em torno do marco zero, onde a bomba foi detonada.

Passados 80 anos da bomba atômica, Hiroshima é hoje uma cidade com 1,1 milhão de habitantes ligada a Tóquio e outras regiões do país por meio de uma rede de trem-bala de alta velocidade. Ela é sede de grandes empresas, como a Mazda, e possui várias atrações gastronômicas.

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Algumas construções que sobreviveram à explosão ainda são vistas em Hiroshima. (Imagem: Getty Images)

E Nagasaki?

Sem a rendição japonesa, mesmo com toda a destruição em Hiroshima, os EUA decidiram realizar um novo ataque, usando a bomba “Fat Man” com carga de 6 kg de plutônio-239. A operação ocorreu no dia 9 de agosto, tendo Nagasaki como alvo.

  • O artefato nuclear explodiu às 11h02, a 500 m acima do solo, gerando força equivalente à detonação de 21.000 toneladas de TNT;
  • A explosão varreu uma área de 7,7 km², destruindo aproximadamente 40% de Nagasaki;
  • Regiões a menos de 500 m do marco zero foram totalmente devastadas;
  • Embora a explosão tenha sido mais forte que a ocorrida três dias antes, as montanhas ao redor da cidade limitaram a área destruída;
  • Em áreas até 4,5 km da detonação, cerca de 50% dos sobreviventes morreram pela exposição à radiação.

A segunda cidade japonesa destruída pela bomba atômica também enfrentou dificuldades nos anos seguintes, com pessoas desenvolvendo câncer e outras doenças, além de traumas psicológicos. Sua reconstrução foi igualmente iniciada em 1949, incluindo a criação de praças e monumentos em homenagem às vítimas.

Nagasaki tem hoje 425 mil habitantes e continua com uma intensa atividade portuária, com várias empresas do ramo de construção naval atuando na cidade.

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A cidade de Nagasaki também foi totalmente reconstruída após a tragédia nuclear. (Imagem: Getty Images)

Apelo para o fim das armas nucleares

Recentemente, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha divulgou um apelo pedindo o fim das armas nucleares, alertando para os riscos que elas representam. No documento, a entidade questiona se a humanidade tem feito algo para evitar que uma tragédia semelhante à que atingiu Hiroshima e Nagasaki ocorra novamente.

“Até hoje, os sobreviventes — Hibakusha — continuam a suportar o custo físico e emocional dessas armas. Eles ainda estão sendo tratados por hospitais da Cruz Vermelha Japonesa por doenças induzidas por radiação. Este fato ressalta as consequências duradouras da guerra nuclear”, lembrou a entidade.

A Cruz Vermelha também ressaltou que existem armas muito mais poderosas do que as detonadas há 80 anos e pediu a adoção imediata de medidas de redução de risco para evitar o uso deliberado ou acidental dos artefatos nucleares. O texto completo está disponível no site da entidade.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.

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