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EUA registram morte por bactéria que vitimou milhões de pessoas na Idade Média

A doença causada pela bactéria Yersinia pestis, registrada no estado do Arizona, é a menos comum entre as pestes, porém a mais letal.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

14/07/2025, às 15:00

Autoridades de saúde do Condado de Coconino, no Arizona (Estados Unidos), confirmaram que um morador da cidade morreu por peste pneumônica, uma condição rara e associada à peste bubônica, que matou milhões de pessoas no século XIV. Detalhes do caso foram divulgados na última sexta-feira (11).

Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do Condado (CCHHS), testes confirmaram que o paciente foi infectado pela bactéria Yersinia pestis, embora não tenha sido informado quando o óbito aconteceu. Trata-se da primeira morte por essa doença na região desde 2007.

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A bactéria Yersinia pestis causou milhões de mortes em séculos passados. (Imagem: Getty Images)

O que é a peste pneumônica?

Infecção pulmonar grave, a peste pneumônica é causada pela mesma bactéria da peste bubônica e da peste septicêmica. Ela ocorre quando o micro-organismo entra nos pulmões, sendo o tipo de peste menos comum, porém o mais perigoso.

  • A doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa, por meio de espirros e tosse, da mesma forma que o resfriado comum;
  • Outras possibilidades de transmissão são o contato com animais infectados pela bactéria e a Yersinia se movendo de outra parte do corpo para os pulmões;
  • O período de incubação pode ser de apenas um dia após a inalação do agente infeccioso;
  • Febre, dor de cabeça, dor no peito, falta de ar, fraqueza, tosse e, em alguns casos, muco sanguinolento ou aquoso, são os principais sintomas da peste pneumônica;
  • A administração de antibióticos é o tratamento para a doença, mas o atendimento precisa acontecer o mais rápido possível para evitar a morte;
  • De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), são registrados cerca de sete casos de peste humana por ano no país, com o risco de exposição permanecendo baixo;
  • A transmissão da peste entre pessoas não é registrada nos EUA desde 1924.

Grande parte dos casos de peste no território americano acontece em áreas rurais do Oeste, nos estados do Arizona, Novo México, Oregon, Colorado, Califórnia e Nevada, associados principalmente a roedores. Picadas de pulgas e contato com cães e gatos infectados também estão entre as formas de transmissão nessas regiões.

Já globalmente, a doença tem maior número de casos na África, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente em Madagascar e na República Democrática do Congo. O Peru é outro país em que a doença permanece endêmica.

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Alguns dos sintomas da peste pneumônica são parecidos com os da gripe. (Imagem: Getty Images)

Como se prevenir?

Usar repelente de insetos, aplicar produtos antipulgas nos animais de estimação e usar luvas ao manusear animais que possam estar infectados pela Yersinia são algumas das medidas preventivas. Também é importante evitar acampar em áreas próximas às tocas de roedores e não acumular lixo em casa.

Até o momento, foram registradas três pandemias causadas pela peste. A primeira aconteceu por volta do ano 541, com várias ondas da doença levando a dezenas de milhões de mortos, de acordo com estimativas.

Na Idade Média ocorreu a segunda delas, afetando principalmente a Europa, com cerca de 25 milhões de óbitos. A terceira pandemia de peste foi iniciada em 1855 e só terminou em meados do século XX, espalhando-se por todo o mundo, com a China e a Índia sendo os maiores impactados.

Medidas como o desenvolvimento de antibióticos e o saneamento contribuíram para diminuir a chance de uma nova pandemia. Existe vacina para a peste, mas ela não é disponibilizada amplamente, com a aplicação direcionada a profissionais que manipulam a bactéria e pessoas que residem em áreas com alto número de casos.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.

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